Centros urbanos podem perder centros de saúde - TVI

Centros urbanos podem perder centros de saúde

Onde houver duplicação de serviços

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) admitiu o encerramento de unidades de saúde em centros urbanos onde exista duplicação dos serviços, e a deslocação de médicos.

«Numa época de emergência nacional, em que os recursos são escassos e os orçamentos estreitam, temos de concentrar. Se houver sítios que não se justifiquem efetivamente, serão encerrados, mas só nesses sítios», avançou à agência Lusa Luís Cunha Ribeiro, após a inauguração do Centro de Saúde de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira.

O responsável acrescentou que esse levantamento está a ser feito, mas garantiu que a medida não «está pensada», nem vai ser aplicada às zonas do interior do país, frisando que a ARS-LVT «nunca deixará pessoas idosas ou que não têm transporte» sem médico.

«Isso [o encerramento] vai acontecer em locais onde há resposta do sistema e uma grande concentração. Não vamos duplicar ou triplicar respostas. Temos de dar respostas às pessoas que necessitam e que têm direito. Os meios são escassos, e o que será eliminado, tal como as listas [limpeza das listas dos médicos de família], são os [equipamentos] duplicados», frisou, dando exemplos: «Numa grande cidade, haver uma extensão à nossa porta para atender 20 a 30 pessoas, se for esse o caso, não faz sentido nenhum. Se tivéssemos uma extensão num sítio onde há 20 pessoas, isso é a mesma coisa que ter uma extensão no seu prédio ou no meu. Isso era prático, mas é impossível. Estamos a fazer esse levantamento».

Em relação aos médicos, o responsável pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo considera «óbvio» e de «bom senso» que os médicos sejam deslocalizados para locais onde sejam mais precisos.

«Nós, todos os contribuintes, não podemos estar a pagar aos médicos para que estejam num sítio onde não há doentes. É óbvio que, se não houver pacientes, serão mudados para onde os haja. Parece-me óbvio e do senso comum», defendeu.
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