Privações na infância associadas a cérebro mais pequeno na idade adulta - TVI

Privações na infância associadas a cérebro mais pequeno na idade adulta

  • AMA
  • 7 jan 2020, 16:46
Criança

Estudos comprovam que severas privações durante a infância podem estar relacionadas com as alterações da estrutura do cérebro humano

Crianças que experienciam privações severas na infânica revelam ter cérebros mais pequenos em adultos.

As marcas destas privações são visíveis através do desenvolvimento neurológico, causando transtornos mentais na infância, défice de atenção e hiperatividade, e na idade adulta ansiedade, depressão e possível stress crónico.  

As conclusões são baseadas num estudo realizado a crianças provenientes de um orfanato na Roménia. As ciranças nasceram durante o regime ditadorial comunista liderado por Nicolae Ceauşescu.

As políticas opressivas de Nicolae Ceauşescu baniram o aborto e os métodos contracetivos, o que fez com que o número de crianças em orfanatos, a viver em condições precárias, aumentasse.  

Os testes realizados mostraram que as crianças, que sofreram graves privações durante a infância, ficaram com um cérebro mais pequeno na idade adulta. Apesar de terem sido posteriormente adotadas por famílias que os acarinharam, as sequelas mostraram-se permanentes.

A TVI ouviu a psicóloga Filipa Jardim Silva, que confirmou a importância das experiências na primeira infância.

Tudo o que acontece nos primeiros 4/5 anos de vida tem um grande impacto na dimensão do cérebro, podendo este crescimento tornar-se diminuto."

A especialista explica que as crianças que experienciam condições adversas, como a falta de amor e segurança, podem sofrer diferenças no córtex pré-frontal, maestro das funções cognitivas superiores e da inteligência emocional.

Filipa Jardim Silva refere ainda que apesar da neuroplasticidade do cérebro, que ultrapassa algumas feridas destas condições severas de privações, estas pessoas podem ter menor capacidade controladora de impulsos e emoções.

"Resultando num aumento de ansiedade e humor depressivo, tal como numa menor capacidade de regular emoções”, acrescenta

Estes estudos vêm reforçar a importância de todas as transições nesta faixa etária, a capacidade das famílias fazerem a criança sentir-se segura, acarinhada e de haver uma estimulação constante.

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