"Deus e o Diabo": as comadres, o manual de ineficácia política e o fim das taxas moderadoras - TVI

"Deus e o Diabo": as comadres, o manual de ineficácia política e o fim das taxas moderadoras

No "Deus e o Diabo" desta semana, José Eduardo Moniz analisou a comissão parlamentar de inquérito à CDS, a compra pelo Estado do SIRESP, a estratégia de Rui Rio para o PSD, a retirada da Fundação Calouste Gulbenkian do setor do petróleo e a aprovação do Parlamento do fim das taxas moderadoras na Saúde

No "Deus e o Diabo" desta sexta-feira, José Eduardo Moniz começou por analisar a comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Para o comentador da TVI, ficou provado que "o banco público foi usado para fins políticos", que havia "administradores a ganhar milhões a emprestarem dinheiro a amigos" e que "ninguém controlava nada do que era feito".

Quando as comadres se zangam, muitas verdades veem a luz do dia", afirmou.

José Eduardo Moniz referiu ainda que as 37 audições na comissão de inquérito à CGD abriram uma torneira de esquecimentos e contradições e que "os campeões das contradições" foram Joe Berardo e Vítor Constâncio.

Outro dos temas em destaque foi a compra pelo Estado do SIRESP. O comentador da TVI lembrou que foi dito pelo Governo que a rede de comunicações de emergência custou 7 milhões de euros ao Estado, mas, para José Eduardo Moniz, esse "valor tão baixo causou estranheza".

Verificando os factos, percebemos que o Estado vai gastar até 2021 um montante bastante mais alto", salientou.

José Eduardo Moniz explicou que aos 7 milhões "devem ser adicionados dois milhões de euros de suprimentos que o Estado tem de devolver à Altice e à Motorola".

Além disso, em dezembro o Estado terá de desembolsar quase 15 milhões para regularizar as dívidas do SIRESP para com os fornecedores. Depois, terá de desembolsar 25 milhões de euros por ano para garantir o funcionamento da rede", acrescentou.

O "manual de ineficácia política" de Rui Rio

No "Deus e o Diabo" desta semana, José Eduardo Moniz deixou críticas à liderança de Rui Rio.

Não se percebe qual é a estratégia de Rio para preparar o PSD para derrotar a esquerda. Durante muitos dias, até achámos que estava desaparecido e, por isso, tivemos de procurá-lo através do jogo “onde está o Wally?”", defendeu.

Para José Eduardo Moniz, Rui Rio tem um “manual de ineficácia política”, que assenta em 5 regras: deriva estratégica, inconsistência, autoritarismo, dislexia política e inabilidade comunicacional.

Foi ainda analisado a venda pela Fundação Calouste Gulbenkian da petrolífera Partex.  O comentador da TVI afirmou que o negócio significa "uma mudança histórica no legado que Calouste Gulbenkian deixou".

A Fundação Calouste Gulbenkian sem petróleo é como o futebol sem bola", disse.

Já o comentador António Costa considerou que foi “um bom negócio”, porque a fundação ganhou 100 milhões de euros, o que "é uma boa folga para investir".

Agora, o futuro depende daquilo que a fundação fizer com o dinheiro que ganhou. O objetivo é que os novos investimentos garantam as receitas anuais necessárias para que a fundação continue o seu trabalho", explicou.

Fim das taxas moderadoras

Houve ainda espaço para um debate entre Joana Mórtagua, do Bloco de Esquerda, e Filipe Anacoreta Correia, do CDS, sobre o fim das taxas moderadas nos centros de saúde e nos exames prescritos, aprovado pelo Parlamento.

A proposta foi apresentada pelo Bloco de Esquerda e obteve o voto favorável do PS, PAN, PSD, Bloco, PCP e Os Verdes. O CDS foi o único partido que votou contra.

Para Joana Mortágua, "não há argumentos que se possam apresentar contra esta medida".

"Há muita gente que, não sendo isenta, tem dificuldades económicas e que não aguenta um cêntimo a mais de despesa extraordinária no seu orçamento familiar", alertou.

Já Filipe Anacoreta Correia defendeu que uma política de saúde tem de visar vários objetivos, como "trazer mais saúde", "combater as desigualdades no acesso à saúde" e "ser equilibrada do ponto de vista orçamental". E, para o centrista, o fim das taxas moderadoras "falha nesses objetivos".

Se olharmos para os orçamentos das famílias, percebemos que o mais pesado não são as taxas moderadoras. Apenas 2% do orçamento familiar é gasto em taxas moderadoras. O que pesa realmente são os medicamentos e o recurso à saúde fora do SNS, como no dentista", referiu.

O deputado do CDS defendeu ainda que o fim das taxas moderadoras "não traz mais saúde aos portugueses e traz injustiça social".

"Os dados do Governo dizem que mais de 60% da população está isenta, ou seja, mais de 6 milhões de pessoas. Assim, os beneficiados com o fim das taxas são aqueles que não precisam", sublinhou.

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