Função Pública: greve nos hospitais ronda os 100% - TVI

Função Pública: greve nos hospitais ronda os 100%

  • Redação
  • AM - notícia inserida às 07:47
  • 13 mar 2015, 09:00

Frente Comum diz que apenas os serviços mínimos foram cumpridos. CGTP estima que esta sexta-feira de manhã a adesão seja elevada em termos gerais nos setores da saúde, educação, segurança social e justiça

A adesão à greve dos trabalhadores da administração pública no turno da noite em hospitais de todo o do país ronda os 100%, tendo sido cumpridos apenas os serviços mínimos, segundo dados disponibilizados pela Frente Comum.

Em Lisboa, foram registados níveis de adesão à greve de 100% na Maternidade Alfredo da Costa, no Instituto de Medicina Legal, Hospital São Francisco Xavier, Hospital de São José e Hospital de Santa Maria (urgências pediatria e Bloco de urgências) e de 90% no Hospital de Seia, Hospital de Tondela, Hospital de Viseu, Hospital dos Covões (Coimbra), Hospital de Aveiro, IPO de Coimbra e Hospitais da Universidade de Coimbra, adianta a Frente Comum dos sindicatos da função pública, num comunicado enviado à Lusa ao início da manhã.

Os dados referem que o Hospital Amadora-Sintra registou uma adesão de 100%, o Hospital D. Estefânia 98%, Hospital dos Capuchos 87%, em Lisboa.

No que diz respeito à recolha do lixo, foi registada uma adesão de 100% nos turnos da noite nas câmaras municipais de Évora, Amadora, Lisboa (garagem dos Olivais), Loures, Almada, Moita, Seixal, Palmela, Alcochete e Vila Franca de Xira.

Na Câmara Municipal do Funchal, os níveis de adesão à greve no turno da noite registaram 88%, na Câmara Municipal de Guimarães 60%, em Barcelos 50%, Sintra 95% e Setúbal 97%.

A Frente Comum adianta que a adesão à greve no Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa é de 100%.

Adesão à greve dos enfermeiros é de 78,4%

A adesão à greve dos enfermeiros nos hospitais portugueses referente ao turno da noite é de 78,4%, disse hoje à agência Lusa a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões.

Em declarações à agência Lusa ao início da manhã, Guadalupe Simões fez um primeiro balanço com os dados do primeiro turno da greve, adiantando que a adesão «está a ser muito boa», apesar de o Governo ter alterado as condições à última hora.

«A adesão está a ser muito boa, o turno da noite registou uma adesão de 78,4 por cento (%), chegando em alguns hospitais muito perto dos 100 por cento. A nossa expectativa é que se mantenham estes números no turno da manhã e da tarde», explicou.

A sindicalista adiantou que os hospitais de Peniche, Fundão e Lamego registaram uma adesão de 100%, no Hospital Dona Estefânia 91,2%, Hospital de São José 85,9%, Hospital de Santa Marta 97,1%, Unidade Local de Saúde de Matosinhos 85,2%, Hospital de São João 84,9% e Hospitais da Universidade de Coimbra 84,6%.

CGTP diz que greve adesão entre os 80 e os 100%

A adesão à greve dos trabalhadores da função pública varia entre os 80 e os 100% nos resíduos sólidos, nos turnos da noite dos hospitais e nos bombeiros sapadores, disse à Lusa o secretário-geral da CGTP.

«Nós temos adesões que variam entre os 80 e os 100%. Em termos globais, o que apurámos por volta da uma da manhã de hoje é que há uma grande adesão principalmente nos resíduos sólidos, recolha do lixo, turnos da noite nos hospitais e bombeiros sapadores», disse à agência Lusa Arménio Carlos.

O líder da central sindical estima que esta sexta-feira de manhã a adesão seja elevada em termos gerais nos setores da saúde, educação, segurança social e justiça.

«O ambiente é claramente de indignação face ao comportamento relativamente aos trabalhadores da administração pública», salientou.

De acordo com Arménio Carlos, os trabalhadores estão em luta pelos seus direitos, ou seja, pelos aumentos salariais, carreiras profissionais, manutenção das 35 horas, regulação da requalificação da nova lei dos despedimentos sem justa causa e também pela integração dos trabalhadores desempregados que estão a ocupar postos de trabalho permanentes.

Na opinião do sindicalista, estes direitos que os trabalhadores reclamam são essenciais para a melhoria dos serviços públicos prestados à população.

«Quero ainda lembrar que está provado que os 10 mil milhões de euros que o Estado retirou aos trabalhadores foi a mesma verba que transitou para os bancos: estou a falar do Novo Banco, do BPN e do BPP. Isto demonstra que os problemas não estão na administração pública, mas nas opções políticas que este Governo assumiu», declarou.

Arménio Carlos salientou que «esta luta dos trabalhadores emana uma forte motivação pela defesa da dignidade que os trabalhadores têm e que está a ser atacada pelo Governo».

A greve foi convocada pela Federação sindical filiada na CGTP e teve depois a adesão do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) e do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Na origem da convocação da greve estão os cortes salariais na função pública, o aumento do horário semanal das 35 para as 40 horas, a colocação de trabalhadores no regime de requalificação, o congelamento das carreiras e a falta de negociação no setor.
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