Este lixo dava para mobilar uma casa - TVI

Este lixo dava para mobilar uma casa

  • 10 ago 2018, 12:26
Plástico - lixo amontoado

Jovens voluntários estão a passar o verão a apanhar lixo em zonas de floresta e bermas de estradas do concelho de Chaves e a “surpreendente quantidade” de resíduos já recolhidos dava para “mobilar uma casa", dizem eles

Jovens voluntários estão a passar o verão a apanhar lixo em zonas de floresta e bermas de estradas do concelho de Chaves e a “surpreendente quantidade” de resíduos já recolhidos dava para “mobilar uma casa”.

Às milícias de intervenção ambiental da associação “Inspira!” juntou-se hoje o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, que colocou luvas e andou a apanhar lixo numa área florestal nas bermas da Estrada Municipal 507 (EM), que liga ao concelho de Montalegre.

Já podíamos ter mobilado uma casa, se quiséssemos”, afirmou Renato Gil, coordenador da organização não governamental.

Pelas bermas de estradas e matas, os jovens encontraram “de tudo”, desde vidros, latas, garrafas, garrafões, sofás, micro-ondas, frigoríficos, persianas, computadores, paletes e muitos resíduos da construção civil.

Renato Gil disse que costuma percorrer o concelho e, por isso, as quantidade e diversidade de resíduos que têm recolhido não o surpreende.

Está muito mal. A área florestal está quase toda cheia de lixo. As pessoas ainda acham que o local para depositar um sofá ou uma televisão velha é no meio da floresta. Nota-se uma grande falta de civismo, de participação e responsabilidade”, frisou.

Neste momento, o projeto conta com 34 voluntários, mas o programa vai ser alargado para 50.

Ester Gago vai entrar para a universidade e aproveita estas férias para fazer voluntariado.

É uma forma de fazer alguma coisa pela cidade e pelo ambiente e ainda se fazem amigos. No primeiro dia fiquei realmente surpreendida, não só pela quantidade mas também pela qualidade do lixo”, salientou.

Também Francisco Rodrigues “ocupa o tempo” enquanto passa o verão.

“Surpreendeu-me muito toda a quantidade de lixo que encontramos nas bermas das estradas, mas sobretudo, quando já estamos mais longe das estradas, há imensos sítios que são mesmo locais de aterro. Encontramos um buraco inteiro só de persianas”, salientou.

Ao associar-se à iniciativa, o autarca Nuno Vaz quis mostrar a sua preocupação com os “comportamentos indevidos”, alertar a “população para olhar para as questões ambientais de uma forma diferente” e chamar a atenção para o trabalho que está a ser desenvolvido pela associação.

“Na cidade e em muitos pontos são recolhidos diariamente quantidades assinaláveis de lixo. Muitas vezes em resultado de convívios e de refeições rápidas e isso faz com que, em muitos sítios, em muitos jardins e em muitos locais, nós todos os dias tenhamos que recolher muito lixo”, salientou.

No entanto, o autarca disse ter ficado surpreendido pela negativa com a “quantidade e diversidade” de resíduos que, esta manhã, foram recolhidos num pequeno parque improvisado.

Nuno Vaz garantiu que, no concelho, existem “várias respostas” para os “resíduos sólidos urbanos, para o lixo indiferenciado, para o cartão ou o metal, vidro, bem como existem espaços para depositar os monos”.

“Portanto, é necessária uma maior consciencialização coletiva no sentido de que todos temos que contribuir para termos um ambiente mais sadio”, afirmou.

O projeto da associação “Inspira!”, que decorre até 14 de setembro, enquadra-se na iniciativa voluntariado jovem para a natureza e florestas do Instituto Português para o Desporto e Juventude (IPDJ).

Renato Gil referiu que a “Inspira!” nasceu há cerca de um ano, motivada “pela necessidade de criar programas para os jovens e promover a educação ambiental em Chaves”.

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