Homem que matou pai com foice condenado a 23 anos - TVI

Homem que matou pai com foice condenado a 23 anos

Justiça (arquivo)

Tem ainda de pagar indemnizações à companheira da vítima e ao irmão

ACTUALIZADA ÀS 17h01

O homem que matou o pai de 72 anos com uma foice, a 12 de Fevereiro de 2010, e feriu gravemente a companheira deste, em Vila Verde da Raia, Chaves, foi condenado a 23 anos de prisão.

Além da pena de 23 anos, Carlos Teixeira, de 42 anos, foi ainda condenado ao pagamento de uma indemnização de 200 mil euros à companheira do pai, com deficiência psíquica e motora, pelo «agravamento» do seu estado de saúde.

Foi ainda sentenciado a pagar uma indemnização de 82 mil euros ao irmão, com deficiência psíquica, que vivia e dependia «inteiramente» do progenitor e que ficou «profundamente» traumatizado.

Carlos Teixeira não poderá, segundo decisão do colectivo, herdar qualquer bem do pai, pelo que o único herdeiro passou a ser o irmão.

O colectivo de juízes classificou o crime como de «inaudita» brutalidade e gravidade sobre pessoas indefesas e sem qualquer motivo.

Além disso, considerou que não restaram dúvidas de que Carlos Teixeira tinha intenção de matar o pai e a companheira pelos golpes desferidos com a foice na cabeça.

O condenado, na opinião do tribunal, «descarregou» toda a raiva que tinha do pai e da madrasta no momento do crime e de uma forma «absolutamente bárbara».

«Foi um acto brutal para com pessoas fragilizadas e sem defesa», frisou o colectivo de juízes.

No dia do crime, a 12 de Fevereiro de 2010, Carlos Teixeira foi a casa do pai, com quem não falava há vários anos por uma questão de herança, ter-se-ão desentendido, e acabou por matá-lo com uma foice e ferir gravemente a madrasta.

Carlos Teixeira alegou, desde o início do julgamento, ter agido em legítima defesa, porque o pai terá pegado numa carabina de calibre.22 e, para se defender e não ser atingido, pegou na foice e matou o pai «sem intenção».

O tribunal de Chaves não acreditou na tese da legítima defesa, porque apresentou «várias»c fragilidades.

Desde logo, explicou o colectivo, a carabina encontrada no local não estava registada, pelo que não se provou de quem era a arma e quem terá disparado.

Além disso, foram encontrados vestígios de pólvora no corpo e na roupa de Carlos Teixeira, da sua esposa e do pai. Por isso, poderia ser «qualquer um» a pegar na arma e disparar.

Para justificar a tentativa de homicídio da companheira do pai, Carlos Teixeira salientou que «teve medo» de que ela pegasse na arma e disparasse sobre ele.

O tribunal não acreditou na justificação apresentada, porque «ninguém se convence» que uma mulher com deficiência psíquica e motora conseguisse agarrar na arma.

Na última sessão de julgamento, a 17 de Janeiro, Carlos Teixeira reafirmou que não queria matar o pai, porque foi ele quem lhe ensinou tudo o que hoje sabe, tendo agido «sem pensar».
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