Mais de 60% dos alunos que chumbam no 7º ano têm seis ou mais negativas - TVI

Mais de 60% dos alunos que chumbam no 7º ano têm seis ou mais negativas

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  • 10 nov 2017, 07:39
Educação

Percentagem de alunos de meios carenciados com negativas é o dobro da dos estudantes mais favorecidos. Direcção-Geral de Estatísticas da Educação diz que é “impressionante”

 Mais de 60% dos alunos que chumbam no 7.º ano de escolaridade têm seis ou mais negativas, segundo um estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) baseado em dados do ano letivo 2014/2015.

Os dados, citados hoje no jornal Público e disponíveis na página da DGEEC na Internet, indicam que 66% (dois terços) dos alunos que chumbam no 7.º ano de escolaridade têm seis ou mais negativas.

No entanto, se o “limiar de contagem for de cinco ou mais negativas, esta proporção aumenta para 85%”, revela a DGEEC.

O estudo da DGEEC, feito pela primeira vez, analisa as notas internas (dadas pelos professores) que os alunos do ensino público de Portugal continental tiveram no ano letivo 2014/2015 nos três anos de escolaridade do 3.º ciclo do ensino básico.

A DGEEC analisou as classificações finais em 11 disciplinas obrigatórias (Ciências Naturais, Físico-Química, Inglês. Português, Educação Física, Geografia, Língua Estrangeira II, Tecnologias da Informação e Comunicação, Educação Visual, História e Matemática).

Segundo os dados, entre 95% e 97% dos alunos que reprovaram no 3.º ciclo tiveram negativas a Matemática.

No 7.º ano, 24% dos alunos tiveram negativa a Matemática, no 8.º subiu para 32% e no 9.º ano desceu para os 30%.

No estudo foi também analisado quantas classificações negativas somaram e que diferentes áreas se registam entre os alunos carenciados e aqueles que são provenientes de estratos mais favorecidos.

A DGEEC adianta que no 7.º ano de escolaridade, 51% dos alunos do escalão A da Ação Escolar Social tiveram negativa a Matemática e apenas 25% no que diz respeito aos que não têm apoio económico do Estado.

De acordo com o estudo, em 2014/2015 chumbaram 13,1% dos 300.429 alunos inscritos no 3.º ciclo em escolas públicas do continente, sendo que esta percentagem sobe para 16,7% se se tiver apenas em conta o 7º ano, o primeiro dos três que compõe o 3.º ciclo.

Os dados indicam que no 8.º e 9.º ano o número de alunos que chumbaram com seis ou mais negativas decresce para 54% e 28%, respetivamente.

Segundo a DGEEC, o decréscimo de negativas no 8.º e 9.º anos pode “ser explicado, pelo menos em parte, pelo progressivo reencaminhamento ao longo do 3.º ciclo, dos alunos com desempenhos mais baixos para outras modalidades de ensino, como os cursos de educação e formação ou os cursos vocacionais, os quais não estão contemplados” nestas estatísticas.

Em 2014/2015, segundo a DGEEC, frequentavam estas vias de ensino cerca de 40 mil alunos do 3.º ciclo, cerca de 13% do total de inscritos.

O jornal Público recorda que em maio a DGEEC já tinha feito o mesmo exercício para o 2.º ciclo, tendo concluído que a grande maioria dos alunos (72%) que chumbaram no 5.º ano de escolaridade teve negativas a cinco ou mais disciplinas.

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