Circular em Lisboa de carro, motociclo ou até calcorrear algumas zonas a pé pode tornar-se uma aventura devido aos muitos buracos nas estradas e ruas, alguns dos quais aumentaram com as chuvas fortes de Janeiro e início de Fevereiro, escreve a Lusa.
Com maior ou menor ocorrência, as cavidades no pavimento são quase uma constante na cidade, havendo porém locais onde o diâmetro e a profundidade dos buracos os transformaram em verdadeiras crateras, transtornando o quotidiano a automobilistas e peões e chegando mesmo a pô-los em perigo, como constatou a agência Lusa numa viagem por várias zonas da capital.
Lisboa vai gastar 7 milhões para tapar buracos
Nas várias áreas percorridas - Estrela, São Bento, Campo de Ourique, Ajuda, Lumiar, Alcântara, Junqueira, Benfica, Belém e Cais do Sodré , entre muitas artérias desde o coração da cidade a outras de zonas mais periféricas ¿ os buracos são uma regra.
A Estrada do Paço do Lumiar (freguesia do Lumiar) e as avenidas da Índia e Brasília, na freguesia de Santa Maria de Belém, são outras das artérias onde os buracos são uma constante.
Em Benfica, a regra tornou-se porém «calamidade», disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Domingos Alves Pires, invocando o estado da Estrada de Benfica, que considera dever ser «a maior calamidade de Lisboa».
Queixas diárias
«A Estrada de Benfica, no troço entre os cruzamentos com as avenidas do Uruguai e Gomes Pereira e a rua José Rodrigues Miguéis, deve ser a via em pior estado de Lisboa, com as crateras a sucederem-se a um ritmo vertiginoso, o que faz com que seja um buraco total, devendo mesmo ser a maior calamidade de Lisboa e dando origem a inúmeras queixas que diariamente não param de chegar à junta», afirmou o autarca.
Acrescentou que a situação se arrasta «há mais de três meses» e que «só há poucos dias foi informado de que os trabalhos de repavimentação vão começar no início da próxima semana».
A obra integra um plano de pavimentação da cidade de Lisboa, um investimento de cerca de sete milhões de euros, o «maior» da autarquia para pavimentações nos últimos sete anos e iniciado domingo último.
Mostrando-se «consciente de que o estado das estradas se agravou com as últimas chuvadas fortes e que essas condições meteorológicas não eram as melhores para obras», Domingos Alves Pires critica a autarquia por não ter tapado alguns buracos antes de a via atingir este estado.
Carris também se queixa
«Há muitos moradores a ligarem diariamente ou a mandarem e-mails para a Junta a queixarem-se do estado da estrada e também da Carris, que terá substituído alguns autocarros», referiu, uma informação corroborada por Luís Vale, secretário-geral da Carris.
Luís Vale afirmou que a Carris «teve necessidade» de substituir «alguns dos autocarros adquiridos no final de 2008 afectos a quatro ou cinco carreiras que percorrem a Estrada de Benfica, substituindo-os por outros com sete ou oito anos devido ao estado daquela via».
As avenidas Gomes Pereira, do Uruguai e do Colégio Militar, as ruas República da Bolívia, Dr. Manuel Bernardes e Dr. João Couto são, segundo o presidente da Junta de Benfica, outras das vias de Benfica a necessitar de pavimentação «urgente».
Um lado positivo para os buracos?
Mas se para uns as crateras das estradas constituem motivo de preocupação, outros há que «vêem nelas um lado positivo».
É o caso de Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Automobilizados, para quem os buracos na estrada «têm um lado positivo, pelo efeito dissuasor da velocidade automóvel».
Lisboa, uma cidade de «buracos» (fotos)
- Redação
- PP
- 13 fev 2009, 19:31
Circular em Lisboa de carro, motociclo ou até calcorrear algumas zonas a pé pode tornar-se uma aventura
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