António Arnaut lança livro contra «preconceitos» sobre Maçonaria - TVI

António Arnaut lança livro contra «preconceitos» sobre Maçonaria

Maçonaria

Vai ser apresentado no sábado em Coimbra

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O maçon António Arnaut, antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), vai apresentar no sábado, em Coimbra, um livro sobre a Maçonaria, esperando ajudar a «abater alguns preconceitos» sobre a instituição.

Num momento em que se especula, na imprensa e na Internet, sobre o papel da Maçonaria e as atividades de alguns do seus membros em Portugal, António Arnaut pretende contribuir para um melhor conhecimento das diferentes obediências maçónicas.

A apresentação da sétima edição da «Introdução Maçonaria», na presença do atual grão-mestre do GOL, Fernando Lima, «pode ser uma oportunidade para esclarecer dúvidas e para abater alguns preconceitos contra a ordem maçónica», disse hoje o autor à agência Lusa.

A ordem maçónica «continua envolta na névoa do mistério e na verrina da maledicência», afirma na sétima edição, refundida e aumentada, da obra «Introdução à Maçonaria», publicada pela primeira vez em 1995.

No entanto, segundo o criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Maçonaria «é apenas uma associação fraternal de pessoas livres e honrada, que «sempre esteve na vanguarda dos movimentos de libertação do homem».

Com a apresentação deste livro, confiada ao professor universitário José Adelino Maltez, Arnaut quer demonstrar que a Maçonaria «não é uma seita perigosa, nem um centro de conspiração», como é acusada de tempos e tempos.

«Aqueles que eventualmente entram na ordem sem possuir qualidades de caráter, honra e probidade enganaram as pessoas que lhes fizeram o inquérito ou deixaram motivar-se por interesses condenáveis», realçou.

No sábado, às 16:00, na Casa da Cultura de Coimbra, realiza-se o lançamento conjunto de dois livros de António Arnaut, um que aborda questões maçónicas e outro sobre o SNS.

O primeiro será apresentado por Adelino Maltez, com uma conferência intitulada «No princípio estão os princípios», cabendo ao autor apresentar «O étimo perdido ¿ O SNS, o Estado Social e outras intervenções».

António Arnaut disse hoje que a recente divulgação de uma lista de membros do GOL prejudicou alguns maçons, mas pode ter sido para outros «uma oportunidade de assumirem» essa condição.

«Pela leitura da lista se verá que são pessoas dignas e de bons costumes», vincou.

Admitindo que «todas as instituições que envolvem muitas pessoas são vítimas de infiltrações e de alguns desvios», defendeu que um maçon «deve tendencialmente assumir-se, salvo se houver um motivo atendível para manter em segredo a sua condição».

«A Maçonaria não é secreta, as suas sessões é que são secretas», mas as reuniões do Conselho de Estado, por exemplo, «também são secretas», estando os seus membros «vinculados pelo sigilo», comparou.

«Introdução à Maçonaria» inclui a lista dos grão-mestres do GOL desde a fundação, em 1802, na qual figura um cónego da Sé de Lisboa, Eleutério Castelo Branco, no século XIX.

Os cardeais Costa Nunes e Francisco Saraiva integram igualmente uma lista de «maçons ilustres».

Também «não há incompatibilidade» entre ser comunista e pertencer à Maçonaria, opinou ainda António Arnaut.

O escritor José Gomes Ferreira, militante do PCP, pertenceu em simultâneo ao GOL. «Foi um grande comunista e um grande maçon», salientou.
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