Tribunal manda internar homem que matou a mulher a tiro - TVI

Tribunal manda internar homem que matou a mulher a tiro

Homicida deve permanecer entre três e 16 anos em estabelecimento psiquiátrico e terá de indemnizar os filhos

O Tribunal de Boticas determinou nesta sexta-feira que o homem que matou a mulher a tiro, em setembro de 2012, deve permanecer entre 3 e 16 anos num estabelecimento psiquiátrico e terá de indemnizar os filhos em 130 mil euros, noticia a agência Lusa.

O homicida, Jeremias Pereira, de 56 anos, que já está num centro psiquiátrico de Coimbra, foi dispensado da leitura do acórdão.

Referindo ter ficado provado que Jeremias Pereira matou a mulher, o coletivo de juízes considerou que padecia de uma doença e, naquele momento, «foi incapaz de perceber o que estava a fazer».

Por esse motivo, foi condenado a internamento por um período mínimo de três anos e máximo de 16, sendo o diagnóstico médico ao longo dos anos «determinante» para a redução ou aumento da «pena».

A 3 de setembro de 2012, cerca da 01:00, na aldeia de Atilhó, Boticas, Jeremias Pereira, sem motivo aparente, desferiu um tiro de pistola na cara da mulher, de 52 anos, após a ter agredido com vários golpes na cara e no pescoço com um objeto perfurante.

Depois, pôs-se em fuga, tendo sido detido pela GNR em Montalegre, a mais de 20 quilómetros.

Com a idade atual e vigor físico, o coletivo de juízes entendeu que Jeremias Pereira poderia «voltar» a cometer um «ato destes». E, acrescentou, «como representa um grande perigo não ficamos com a certeza que em liberdade pudesse ter um comportamento normal».

Por causa da morte da mãe, os dois filhos do casal, de 26 e 28 anos, emigraram, abandonaram os amigos e a casa por estarem «fortemente afetados psicologicamente».

Assim, o tribunal sentenciou o pai a pagar-lhes uma indemnização de 130 mil euros por perda da mãe «que muito gostavam».

O advogado de acusação afirmou que a pena de internamento «é ajustada» porque o homicida representa um «perigo» para a sociedade.

Quanto à indemnização, Francisco Pinto Barros realçou que «nenhum» dinheiro paga uma vida humana, mas irá ajudar os filhos a «reconstruir» o futuro.

Juliana Neves, advogada de defesa, afirmou que vai analisar o acórdão e, só depois, decidirá se recorre da decisão do tribunal.
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