Novo ano letivo: “Não vai haver caos, é a garantia que aqui damos” - TVI

Novo ano letivo: “Não vai haver caos, é a garantia que aqui damos”

Escola básica de Camarate (LUSA)

Governo foi ao Parlamento esclarecer os deputados sobre as mudanças com chegada de alunos dos colégios às escolas públicas. PSD queria saber se “estes alunos terão, em setembro, escola no seu concelho" e "transporte escolar assegurado"

A secretária de Estado da Educação garantiu que “não vai haver caos” com a transferência de alunos dos colégios para as escolas públicas, mas o CDS-PP diz estar parado o trabalho de alteração dos transportes escolares.

A equipa do Ministério da Educação (ME) regressou esta sexta-feira ao Parlamento para fazer um balanço do ano letivo, a pedido do PSD, e a revisão do financiamento das escolas particulares e cooperativas com contratos de associação voltou a ser um dos temas em debate.

Os deputados do CDS-PP e PSD voltaram a criticar a decisão do ministério em reduzir os contratos com os colégios situados em zonas onde existem escolas públicas com capacidade para receber os alunos.

“Todo o país tem consciência da teimosia ideológica, da subserviência à agenda sindical e da forma como defraudou as espectativas legitimas das famílias, de pais, de alunos, e funcionários”, criticou Nilza de Sena (PSD), sublinhando que a redução de turmas se traduzirá no encerramento de colégios.

A deputada da bancada social-democrata perguntou ao ministro se já tinha garantido, junto das autarquias, o transporte escolar dos que vão mudar de escola e se as escolas públicas terão capacidade para os receber, caso os colégios fechem portas.

“Se em algumas zonas em vez de 30 alunos forem 500, 600 ou 700 alunos, e na escola do conselho não houver capacidade, para onde irão estes alunos? E quando é que comunicam o resultado das candidaturas, para as famílias e as escolas se poderem organizar?”, questionou Nilsa de Sena.

A deputada perguntou: “estes alunos terão, em setembro, escola no seu concelho? Terão transporte escolar assegurado e não terão de andar quilómetros na sua região por capricho ideológico, radical, sectário e preconceituoso?”.

A resposta veio da secretária de estado da Educação, Alexandra Leitão, que tratou do processo de avaliação da rede de escolas: “As respostas são sim e sim”.

“Sim, haverá transportes que estão a ser tratados neste momento com as autarquias (…) E sim, na circunstância de os colégios decidirem fechar portas, as escolas públicas acolherão os alunos. Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte: isso não vai acontecer. E a melhor prova é que os 40 colégios que podiam abrir turmas de início de ciclo, concorreram todos. Todos, sem exceção”, sublinhou a secretária de Estado.

“Não vai haver caos, é a garantia que aqui damos”, disse Alexandra Leitão, lembrando que este ano, o concurso de candidatura de turmas foi aberto um mês antes em relação ao processo levado a cabo pela anterior equipa ministerial.

A garantia dada pelo ME de estar a tratar com as autarquias o transporte dos alunos, levou a deputada do CDS-PP, Ana Rita Bessa, a apresentar no parlamento a resposta de oito municípios que negaram estar em curso a análise de custos dessas mudanças.

Segundo Ana Rita Bessa, o CDS-PP contactou 38 municípios e os oito que responderam “dão conta que não foi feita nenhuma estimativa e não está calculado nenhum custo relativo a alterações de transportes escolares”.

Já das bancadas do PS, PCP e do Bloco de Esquerda partiram criticas à forma como o CDS e o PSD têm tratado a questão, com a deputada Joana Mortágua (BE) a fazer um apelo.

“O futuro só pode ser de tranquilidade e por isso gostava de apelar aos grupos parlamentares deputados da direita que não alimentem a ideia de que é possível matricular as crianças que estavam em colégios com contratos de associação nas escolas, mesmo que o governo já tenha dito que não vai haver vagas. Porque isto sim pode criar um caos desnecessário que só vai prejudicar os alunos. Não alimentem a ideia de que é possível chantagear o Governo desta forma, matriculando os alunos apesar de não haver vagas com contratos de associação”, defendeu Joana Mortágua.

Diana Ferreira, do PCP, acusou o PSD de "hipocrisia política", depois de quatro anos em que agravou a situação da escola pública: "O que o PSD e o CDS queriam era o desmantelamento e fragilização da escola pública", considerou, segundo a Lusa.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos

EM DESTAQUE