Comboio Histórico do Douro pode chegar ao fim - TVI

Comboio Histórico do Douro pode chegar ao fim

Comboio

Em 2011, serviço custou 150 mil euros

A CP, Comboios de Portugal, ameaça pôr fim ao Comboio Histórico no Douro caso não encontre parceiros para financiar o serviço que em 2011 custou 150 mil euros, avança a Lusa.

A directora de Relações Institucionais e Comunicação da CP, Ana Portela, indicou que é a empresa que suporta a totalidade do custo da actividade do comboio, incluindo o investimento na preparação do material circulante para cada campanha. A locomotiva a vapor tem de ser objecto de uma intervenção de fundo todos os anos e a sua continuidade está agora em causa.

«Caso não exista possibilidade de o viabilizar, quer através de parcerias com instituições ligadas ao Turismo do Douro, quer através de entidades privadas, a CP não poderá continuar a suportar os prejuízos que dele decorrem», confessou Ana Portela.

Durante o Verão, o Comboio Histórico percorreu os 46 quilómetros que separam o Peso da Régua do Tua (concelho de Carrazeda de Ansiães), numa viagem que tem como paisagem predominante o rio Douro, as vinhas que são Património Mundial da UNESCO e que atrai centenas de turistas a este território.

De acordo com Ana Portela, o resultado da exploração do comboio é negativo embora tenha apresentado uma significativa melhoria em 2011, cerca de 60 mil euros negativos, em comparação a 2010, 110 mil euros negativos.

Os novos números devem-se a um «enorme esforço que a empresa tem desenvolvido no sentido de procurar reduzir os custos associados, sem prejudicar a qualidade e atractividade do produto», referiu.

«Não é possível, nem racional, do ponto de vista da gestão, num cenário de redução de oferta a nível nacional de serviços de transporte às populações, suportar este nível de prejuízos num produto que não pode ser considerado como essencial à actividade da empresa, que é a de dar resposta às necessidades de mobilidade dos cidadãos, apesar de todo o seu valor patrimonial e histórico», frisou.

Em 2011, viajaram no comboio 2.270 pessoas, o que representa uma média de 206 passageiros por viagem (a capacidade total é de 250). Em 2010, viajaram 1.639 clientes.

O presidente da Câmara da Régua, Nuno Gonçalves, já lamentou o facto de se estar «a pôr em causa a continuidade» do Comboio Histórico, um serviço que diz que é «diferenciado» e que dá uma «importante capacidade de atractividade e de competitividade» à região.

«Era importante que alguém pudesse ver aqui uma actividade com retorno. O meu desejo é que alguém possa ver aí uma forma de intensificar a actividade que o comboio turístico tinha na região», confessou.
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