Leiria: ambulância não tinha seguro - TVI

Leiria: ambulância não tinha seguro

  • Portugal Diário
  • 12 mar 2008, 18:42
Comboio abalroa ambulância: quatro mortos (Paulo Cunha- Foto Lusa)

Veículo foi abalroado terça-feira por um comboio em Monte Redondo

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A carrinha de transporte de doentes que foi abalroada terça-feira por um comboio em Monte Redondo, Leiria, não está registada no Instituto de Seguros de Portugal, de acordo com a informação recolhida pela Agência Lusa, escreve a Lusa.

De acordo com fonte ligada ao sector, esta aparente ilegalidade só poderá estar sanada caso tenha sido feito um seguro recente do veículo, já que os mediadores têm um prazo de uma semana para inserir esses dados na base nacional.

Até ao final da tarde desta quarta-feira, a GNR ainda não recebeu a confirmação dos documentos relativos ao seguro por parte da Associação Cultural dos Lugares Amigos (ACLA), proprietária da carrinha sinistrada.

Comboio abalroa ambulância

Carro colhido por comboio

Um dos responsáveis disse às autoridades que estava ausente «por motivos de saúde» mas garantiu que levaria a documentação do veículo e que esta estaria «em ordem», disse fonte da GNR.

Contudo, a última apólice registada na base de dados das seguradoras referente à matrícula da carrinha sinistrada data de Dezembro de 2007 mas foi anulada por falta de pagamento, de acordo com os dados recolhidos pela Agência Lusa.

Por outro lado, fonte do processo explicou que a carrinha ainda está registada da Direcção-geral de Viação como viatura de mercadorias e não de transporte de doentes.

Com estas anomalias, o veículo não teria condições de ser aprovado em qualquer inspecção periódica, acrescentou fonte ligada aos centros de inspecção automóvel.

Presidente da Junta «surpreendido»

Perante estas informações, o presidente da Junta do Coimbrão, Paulo Pedro, mostrou-se «totalmente surpreendido» com estas informações, garantindo desconhecer este tipo de irregularidades.

Quando esta associação iniciou a actividade de transporte de doentes, «há poucos anos, mostraram-me documentação que dizia respeito às ambulâncias» mas depois disso «nunca mais soube de nada», recorda o autarca.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia, a associação dedicava-se quase em exclusivo ao transporte de doentes embora também existissem algumas, poucas, «actividades culturais» no lugar da Ervedeira.

As deslocações eram pagas pelo Ministério da Saúde que passa guias de transportes aos doentes que eram levados pelas carrinhas da associação, explicou Paulo Pedro.

Por seu turno, fonte da Segurança Social de Leiria negou qualquer protocolo com esta associação para actividade de acção social.

A Agência Lusa tentou durante todo o dia falar com um responsável da ACLA mas, até ao momento, todas as tentativas foram infrutíferas.
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