“Basta de viajar como sardinha em lata”: utentes protestam na linha de Sintra - TVI

“Basta de viajar como sardinha em lata”: utentes protestam na linha de Sintra

  • AM
  • 4 fev 2020, 08:55
Sintra perde dois comboios em hora de ponta entre junho e setembro

Manifestação contra supressão e atrasos nos comboios decorre desde as 8:00 na estação da Amadora

Mais de uma dezena de pessoas estão desde as 08:00 desta terça-feira concentradas na estação da Amadora, em protesto contra a supressão e atrasos de comboios na Linha de Sintra, que causam transtornos diários aos utentes.

Empunhando cartazes em que se pode ler “Basta de viajar como sardinha em lata”, “Mais investimento” ou “Chega de atrasos”, os utentes da Linha de Sintra exigem a melhoria do serviço público ferroviário.

Vasco Ramos, da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, explicou à Lusa que nos últimos anos o serviço ferroviário se degradou “de forma significativa”.

“Há comboios suprimidos, atrasos diários, falta de higiene, desconforto e, nos últimos meses, a situação agravou-se com a chegada do passe Navegante, que veio trazer mais utentes para a linha, mas os comboios são os mesmos”, afirmou.

No entendimento de Vasco Ramos, os problemas da CP – Comboios de Portugal, da Refer – Rede Ferroviária Nacional e da Linha de Sintra são o resultado de duas décadas de falta de investimento em comboios e na infraestrutura, por parte dos sucessivos governos.

“Todos os dias somos confrontados com atrasos e supressões. Viajamos tipo sardinha em lata. Houve também um aumento significativo de utentes desde a introdução do Passe Navegante, mas a verdade é que o número de comboios é o mesmo”, sublinhou.

Vasco Ramos destacou que a Linha de Sintra (que liga Lisboa a Sintra, passando pela Amadora) precisa urgentemente de um aumento de comboios, sobretudo durante as horas de ponta.

“Precisamos de investimentos em novos comboios, de renovar estações e apostar num maior conforto e higiene. Esta estação [da Amadora] até nem é das piores, mas temos algumas em que chove lá dentro, outras estão muito degradadas e não estão aptas a servir as pessoas no século XXI, como a de Algueirão-Mem Martins, e outras são verdadeiras relíquias”, contou.

Vasco Ramos adiantou à Lusa que a comissão de utentes teve audiências nos últimos dois meses com todos os grupos parlamentares, nas quais apresentou os seus problemas e reivindicações. Foi pedido às forças políticas que o assunto fosse tido em conta para o Orçamento do Estado.

“Tivemos também audiências nas câmaras municipais da Amadora e Sintra e com o Governo na semana passada, mas até agora não há respostas. O que nos dizem é que vão ver, mas depois não concretizam”, disse.

Cerca das 09:00, a comissão de utentes estava na estação da Amadora a distribuir um manifesto para chamar a atenção para os problemas da Linha de Sintra.

Desde 1 de abril de 2019 que a Área Metropolitana de Lisboa tem um passe único metropolitano que abrange os 18 concelhos, por 40 euros, além de novos passes municipais que custam 30 euros.

Em novembro, a Câmara de Sintra anunciou que ia pedir ao Governo e à CP o plano de investimentos para o reforço de meios humanos e de material circulante na Linha de Sintra, devido à “degradação do serviço”, que prejudica diariamente milhares de utentes.

Continue a ler esta notícia