«Ministro autoriza encerramento pela calada da noite»

O Bloco de Esquerda criticou duramente esta quarta-feira a suspensão das linhas ferroviárias do Corgo e Tâmega, questionando a decisão de encerrar as vias «às escondidas e sem justificação» às populações locais, refere a Lusa.

«Reagimos com muita indignação à decisão de encerrar as linhas às escondidas, na calada da noite, sem qualquer justificação às populações e aos autarcas», afirmou a deputada bloquista Helena Pinto. «Como é que o ministro Mário Lino (com a pasta das Obras Públicas e Transportes) autoriza o encerramento de linhas fundamentais pela calada da noite?».

A CP e a Refer anunciaram terça-feira à noite o encerramento provisório por razões de segurança das linhas do Corgo e Tâmega, até que sejam realizadas intervenções, que deverão começar dentro de quatro meses.

Helena Pinto responsabiliza o Governo pelo encerramento destas linhas férreas, considerando que «tudo tem a ver com o desinvestimento» e que a decisão vai prejudicar as populações locais, desconhecendo-se durante quanto tempo.

«O comboio é fundamental para estas populações, tem um enorme sentido de coesão social», destacou a deputada do BE.

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O Bloco de Esquerda recordou que em Outubro do ano passado questionou o ministro sobre a situação destas linhas, nomeadamente quanto às condições de segurança e quanto aos meios afectos pela Refer à sua manutenção, mas sem que tivesse obtido resposta.

Seis meses depois, «o resultado está à vista: o encerramento repentino» destas linhas, lamentou Helena Pinto, que adiantou que o BE vai voltar a questionar Mário Lino sobre a matéria, «esperando que desta vez o ministro responda».

O Bloco quer saber quais são os planos do Governo para a via férrea convencional, numa altura em que se projecta a rede de alta velocidade (TGV).

O grupo parlamentar vai ainda ponderar «outras iniciativas», que não especificou, uma vez que considera que este é um «assunto de extrema importância».