O primeiro-ministro António Costa foi indicado como testemunha no processo de Tancos pelo ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, mas o juiz Carlos Alexandre recusa que o governante preste depoimento por escrito.
Segundo a revista Sábado, Carlos Alexandre quer ouvir António Costa presencialmente e o pedido de audição já terá seguido do Tribunal Central de Instrução Criminal para o Conselho de Estado, o órgão que pode autorizar ou recusar o testemunho do primeiro-ministro.
A Sábado acrescenta que todas as outras testemunhas arroladas por Azeredo Lopes serão ouvidas presencialmente, por vontade do juiz. Recorde-se que Azeredo Lopes indicou como testemunhas o atual Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), Almirante Silva Ribeiro, o ex-CEMGFA António Pina Monteiro e o tenente-general António Martins Pereira, bem como o embaixador de Portugal na NATO, Almeida Sampaio. Ao todo, são nove testemunhas indicadas pela defesa do ex-ministro, acusado de denegação de justiça, prevaricação, abuso de poder e favorecimento no caso de Tancos.
Há cerca de dois meses, veio a público a notícia de que o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP,) Albano Morais Pinto, terá barrado a hipótese de António Costa e do Presidente da Repúblia serem ouvidos na fase de inquérito do processo, alegando a "dignidade e o prestígio" dos cargos que ocupam.