Mesmo no pior dos cenários, em que a auxiliar de enfermagem infetada com ébola em Espanha contagiou todas as pessoas com quem contactou, a possibilidade de um surto do vírus prosperar na capital espanhola, é escassa. A chamada de atenção parte de especialistas em propagação de vírus, biomatemáticos, que lembram que a rácio (R0) de contágio do ébola é das mais baixas de entre as doenças contagiosas. Por exemplo, o sarampo é dez vezes mais contagioso.
Entre os especialistas em doenças contagiosas existe um grupo de biólogos, matemáticos e estatísticos, que têm a função de aplicar as matemáticas a cada doença. Estes utilizam os dados disponíveis para tentarem calcular o (R0) do surto, conhecido por ser um número mágico - o número básico de reprodução. Com ele pode-se antecipar a extensão de uma epidemia.
Segundo escreve o El País, o matemático Klaus Dietz, do Instituto de Epidemiologia Clínica da Universidade de Tubinga (Alemanha), estudou a propagação de uma doença contagiosa com a ajuda da matemática. Há 20 anos, numa obra básica sobre o (R0), Dietz definiu a cifra como «o número esperado de casos secundários que uma infeção com um caso típico pode gerar durante o seu período de infeção numa população suscetível».
«A (R0) depende de três parâmetros: número de contatos por unidade de tempo, duração do período de infeção e probabilidade de infeção por contato», explicou Dietz. «Esta probabilidade só se pode estimar para determinadas infeções, como as doenças de transmissão sexual ou as provocadas pela picada de mosquito», relembrou o investigador alemão.
Ora, com os dados recolhidos até Setembro, biomatemáticos e estatísticos americanos calcularam que o (R0) nos quatros países da África Ocidental, afetados pelo surto, oscila entre 1,4 e 1,9. «O que significa que um caso localizado pode provocar até dois antes que se recupere ou morra», explicou Carlos Castillo-Chavez, um matemático especializado em epidemiologia da Universidade Estatal de Arizona (EUA) e coautor destes cálculos, publicados no PLoS ONE há uns dias.
Comparando com outras doenças infeciosas, o Ébola tem um (R0) muito baixo. Das mais importantes, só a Hepatite C apresenta um número básico de reprodução mais baixo que o Ébola. Outras com menor perceção social de risco, como o HIV ou a gripe das aves, têm rácios de infeção que oscilam entre 3 e 6.
Historicamente, as doenças humanas com maior capacidade de contágio entre a população foram o sarampo e a tosse ferina, com um (R0) que poderia chegar aos 18. Ou seja, um infetado poderia transmitir a doença a uma média de 18 pessoas antes de o paciente se curar.
Mais recentemente, a doença mais contagiosa foi o surto de encefalopatia espongiforme bovina - a doença das vacas loucas - que alcançou um (R0) de 12, nos seus primeiros momentos. No entanto, a intervenção das autoridades de saúde britânicas reduziu o número para 0,06.
Castillo-Chavez e mais dois colegas estimaram que, nos finais de setembro, o número de novos casos de Ébola chegaria aos 6 800. Mas, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o total de infetados já superou os 8 033.
Entre os especialistas em doenças contagiosas existe um grupo de biólogos, matemáticos e estatísticos, que têm a função de aplicar as matemáticas a cada doença. Estes utilizam os dados disponíveis para tentarem calcular o (R0) do surto, conhecido por ser um número mágico - o número básico de reprodução. Com ele pode-se antecipar a extensão de uma epidemia.
Segundo escreve o El País, o matemático Klaus Dietz, do Instituto de Epidemiologia Clínica da Universidade de Tubinga (Alemanha), estudou a propagação de uma doença contagiosa com a ajuda da matemática. Há 20 anos, numa obra básica sobre o (R0), Dietz definiu a cifra como «o número esperado de casos secundários que uma infeção com um caso típico pode gerar durante o seu período de infeção numa população suscetível».
«A (R0) depende de três parâmetros: número de contatos por unidade de tempo, duração do período de infeção e probabilidade de infeção por contato», explicou Dietz. «Esta probabilidade só se pode estimar para determinadas infeções, como as doenças de transmissão sexual ou as provocadas pela picada de mosquito», relembrou o investigador alemão.
Ora, com os dados recolhidos até Setembro, biomatemáticos e estatísticos americanos calcularam que o (R0) nos quatros países da África Ocidental, afetados pelo surto, oscila entre 1,4 e 1,9. «O que significa que um caso localizado pode provocar até dois antes que se recupere ou morra», explicou Carlos Castillo-Chavez, um matemático especializado em epidemiologia da Universidade Estatal de Arizona (EUA) e coautor destes cálculos, publicados no PLoS ONE há uns dias.
Comparando com outras doenças infeciosas, o Ébola tem um (R0) muito baixo. Das mais importantes, só a Hepatite C apresenta um número básico de reprodução mais baixo que o Ébola. Outras com menor perceção social de risco, como o HIV ou a gripe das aves, têm rácios de infeção que oscilam entre 3 e 6.
Historicamente, as doenças humanas com maior capacidade de contágio entre a população foram o sarampo e a tosse ferina, com um (R0) que poderia chegar aos 18. Ou seja, um infetado poderia transmitir a doença a uma média de 18 pessoas antes de o paciente se curar.
Mais recentemente, a doença mais contagiosa foi o surto de encefalopatia espongiforme bovina - a doença das vacas loucas - que alcançou um (R0) de 12, nos seus primeiros momentos. No entanto, a intervenção das autoridades de saúde britânicas reduziu o número para 0,06.
Castillo-Chavez e mais dois colegas estimaram que, nos finais de setembro, o número de novos casos de Ébola chegaria aos 6 800. Mas, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o total de infetados já superou os 8 033.