Tem gripe? Nem pense em ir trabalhar - TVI

Tem gripe? Nem pense em ir trabalhar

  • VC
  • 18 jan 2018, 19:24
Doente

Vírus espalha-se pelo simples ato de respirar, pelo que ficar em casa é a melhor atitude para evitar o desenvolvimento da epidemia

O contágio pelo vírus da gripe é mais fácil do que se pensava. Espalha-se pelo simples ato de respirar, pelo que quem tem gripe não deve mesmo ir trabalhar. É o que se adverte num estudo publicado no boletim da Academia Nacional das Ciências norte-americana. Isto no dia em que a Ordem dos Médicos anunciou que quer acabar com baixas médicas até três dias.

Descobrimos que os casos de gripe contaminam o ar à sua volta com vírus infecciosos só com a respiração, sem tosse ou espirros".

Donald Milton, professor de saúde ambiental na Escola de Saúde Pública da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, indicou que as pessoas engripadas geram "aerossóis infecciosos, pequenas gotículas que ficam suspensas no ar durante muito tempo, mesmo quando não estão a tossir, especialmente nos primeiros dias da doença".

Quando alguém tem gripe, deve ir para a casa e não ficar no emprego a infetar outras pessoas".

A investigadora Sheryl Ehrman, da Universidade Estadual de San Jose, disse por sua vez que os resultados da investigação sugerem que as recomendações habituais, como manter as superfícies limpas, lavar muitas vezes as mãos e evitar pessoas com tosse, "não protegem completamente da gripe". "Ficar em casa e evitar os espaços públicos pode fazer a diferença na disseminação do vírus".

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Mutações genéticas

Foi, também hoje, divulgado que certas mutações genéticas no vírus da gripe A podem ajudar a contrariar os "efeitos de enfraquecimento" de outras, o que pode explicar a dificuldade da prevenção de surtos e a necessidade de vacinas mais eficazes.

Recorde-se que, na semana passada, uma mulher morreu no hospital do Funchal com gripe A e mais duas pessoas ficaram internadas: um adulto e uma criança

Os vírus da gripe sazonal estão continuamente sujeitos a mutações que os ajudam a invadir o sistema imunitário humano. Contudo, algumas destas mutações podem diminuir a potência do vírus.

Num estudo publicado na revista PLOS Pathogens, uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas de Maryland, nos Estados Unidos, descobriu que certas mutações no genoma (conjunto de informação genética) do vírus da gripe A podem ajudar a contrariar os "efeitos de enfraquecimento" do vírus gerados por outras mutações.

A investigação focou-se nas mutações de hemaglutinina - uma glicoproteína que tem como função ligar um vírus ao recetor da célula hospedeira de um organismo - para compreender melhor os mecanismos pelos quais os vírus da gripe A mantêm a capacidade de se replicar apesar das contínuas variantes genéticas.

Os cientistas centraram-se nas estirpes da gripe A com mutações que lhes permitem 'escapar' aos anticorpos de ratos, porquinhos-da-índia e galinhas.

 

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