Operação Marquês: contas de Carlos Santos Silva vão continuar congeladas - TVI

Operação Marquês: contas de Carlos Santos Silva vão continuar congeladas

Carlos Santos Silva

Tribunal da Relação de Lisboa decidiu "não tomar conhecimento" do recurso do empresário, apontado pelos investigadores do Ministério Público como testa-de-ferro e fiel depositário do dinheiro de José Sócrates

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu "não tomar conhecimento" do recurso do empresário Carlos Santos Silva contra o congelamento das contas bancárias no Novo Banco, Barclays, BPI e Deutsche Bank e ainda no BES Investimentos, foi divulgado esta quinta-feira.

Carlos Santos Silva, arguido na Operação Marquês e apontado pelos investigadores do Ministério Público como testa-de-ferro e fiel depositário do dinheiro de José Sócrates, pedia, neste recurso, a revogação da "medida de suspensão de movimentos de débito nas suas contas bancárias" em vários bancos.

O empresário e amigo do antigo primeiro-ministro pedia que fosse "declarada a ilegalidade" e a "caducidade" dos despachos que levaram à suspensão das operações de débito das contas pertencentes ao empresário naquelas instituições bancárias e financeiras.

O Tribunal da Relação de Lisboa, através das juízas desembargadoras Margarida Vieira de Almeida (relatora) e Maria da Luz Batista, entendeu que nesta fase do inquérito "não é de tomar conhecimento do recurso" interposto pelo arguido.

"Entende-se, assim, que nesta fase do inquérito não é de tomar conhecimento do recurso interposto, por tal se opor o princípio da autonomia de que goza o Ministério Público" na fase de "investigação secreta, sem contraditório" que é o inquérito.

Ao fundamentar a improcedência do recurso, o Tribunal da Relação de Lisboa refere que o mesmo "só perderá o efeito útil se não for conhecido o seu objeto, depois de produzida a decisão final, que até pode ser de arquivamento, com libertação das referidas contas bancárias".

Para o Tribunal, se a decisão final do inquérito da Operação Marquês "não for de arquivamento, é que cumprirá (à Relação) conhecer da legalidade ou ilegalidade das medidas" tomadas no inquérito pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal.

Desta forma, o Tribunal da Relação de Lisboa relega o conhecimento da questão suscitada no recurso de Carlos Santos Silva para "fase posterior à dedução da acusação".

A Operação Marquês conta com mais de uma dezena de arguidos, incluindo José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, e que está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

Além de Sócrates, são também arguidos no processo o ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista Armando Vara e a sua filha Bárbara Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.

 



   

          

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