Infarmed «à caça» de comprimidos ilegais na net - TVI

Infarmed «à caça» de comprimidos ilegais na net

Comprimidos de emagrecimento

48 encomendas postais foram apreendidas pela autoridade do medicamento

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A autoridade do medicamento (Infarmed) apreendeu, nos últimos dias, em Portugal, 48 encomendas postais com 1 075 comprimidos ilegais ou contrafeitos vendidos através da Internet, informa a Lusa.

Está a decorrer, de segunda a sexta-feira, a primeira operação mundial de combate à contrafacção e venda ilegal via net, denominada PANGEA II, que foi concertada entre 27 países e que é coordenada pela Interpol, pela Organização Mundial de Saúde e pela Organização Mundial das Alfândegas.

Os resultados globais preliminares a nível mundial apontam para 995 encomendas postais apreendidas, com 166 540 comprimidos ilegais ou contrafeitos e o encerramento de 11 websites.

Em conferência de imprensa conjunta do Infarmed e da Direcção-Geral das Alfândegas, esta quinta-feira, em Lisboa, o director do Infarmed, Vasco Maria, disse que foram identificados mundialmente 751 websites ilegais, inspeccionadas 16 075 encomendas em 34 centros postais, executados nove mandados de busca e 22 pessoas estão sob investigação por crimes relacionados com esta matéria, entre outras acções.

Os dados relativos a Portugal apontam para 239 encomendas seleccionadas para inspecção. Foram notificados com cartas de aviso (para suspensão de actividade) dois websites ilegais e um outro está a ser investigado em colaboração com o gabinete português da Interpol.

O Infarmed lançou uma campanha de informação com um filme sobre transacção ilegal de medicamentos via internet, que foi visualizado por mais de 2,4 milhões de pessoas, tendo registado também 6 828 visitas ao microsite.

Além do controlo dos sites, Portugal concretizou também acções nos aeroportos de Lisboa e Porto e na central de encomendas postais da capital.

Segundo Vasco Maria, a maioria dos websites detectados «têm uma aparência credível», com imagens associadas de médicos e farmácias e alegados patrocínios de laboratórios, «formas de entregas e pagamentos seguros, com logótipos de fornecedores e controlos de segurança reais», e um «atendimento dedicado», com linhas de apoio em português e receita médica incluída.

Os produtos apreendidos destinavam-se sobretudo à disfunção eréctil, hormonas de crescimento e obesidade, mas também a doenças cardiovasculares e oncológicas, sendo o preço em muitos casos cinco vezes superior aos da farmácia.

Os comprimidos muitas vezes não contêm a substância que anunciam, ou têm-na em reduzida quantidade, e por vezes têm outras que podem ser prejudiciais à saúde, disse Vasco Maria, acrescentando que em Portugal foram apreendidos cerca de 32 mil comprimidos em 2008, numa valor superior a 1,3 milhões de euros.

As autoridades estimam que o negócio renda mais de 50 mil milhões de euros/ano a nível mundial, e que parte desse dinheiro sirva para financiar o terrorismo. Supõem ainda que há laboratórios envolvidos e que alguns narcotraficantes estão a mudar os seus negócios.

A China e a Índia são os países maioritariamente apontados como fabricantes de produtos farmacêuticos contrafeitos.

Na operação PANGEA II, integrada na Internet Week of Action (IIWA), participaram a Áustria, Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, República Checa, Dinamarca, França, Grécia, Irlanda, Israel, Itália, Lituânia, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polónia, Portugal, Singapura, Estados Unidos, Reino Unido, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça e Tailândia.
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