Rede de casamentos «falsos» em Portugal - TVI

Rede de casamentos «falsos» em Portugal

Casamento (arquivo)

Portuguesa entre os seis detidos em Espanha

Uma portuguesa está entre os seis detidos, em Espanha, na sequência de uma investigação sobre uma rede que organizava casamentos de conveniência em Portugal, confirmou fonte da polícia de Múrcia ao tvi24.pt.

A mesma fonte adiantou que a mulher tem 23 anos, mas não quis revelar a sua identidade ou cidade de origem.

Esta rede, cuja continuidade ainda não foi esclarecida pelas autoridades espanholas, organizava casamentos entre cidadãs europeias e homens de origem hindu. A portuguesa e os outros cinco detidos, todos indianos, com idades entre os 22 e os 23 anos, tratavam das «burocracias» e os matrimónios eram efectuados num registo civil de «uma cidade perto do Porto», não especificando onde.

Todo o «esquema» foi descoberto

A investigação da Brigada de Estrangeiros de Múrcia partiu de um número anormal de pedidos de casamento neste registo civil e concluiu que foram efectivamente realizados pelo menos 80.

O «esquema» funcionava da seguinte forma: os homens chegavam a Portugal, casavam-se com uma portuguesa, que depois viajava para Espanha, onde pedia residência como cidadã europeia e avançava para o pedido de reagrupamento de familiares. Desta forma, os maridos de conveniência conseguiam ficar na Europa. Tudo isto custava cerca de «12 mil euros».

SEF envolvido nas investigações

Contactada pelo tvi24.pt, fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) confirmou o seu envolvimento no desenrolar desta investigação.

«O SEF está em contacto permanente com as autoridades de Espanha e tem vindo a trocar informação de modo sistemático, inclusivamente através de reuniões ao nível operacional, o que tem permitido avançar com investigações em curso, de forma consistente, de ambos os lados da fronteira», revelou.

As detenções ocorreram no dia 16 de Fevereiro, mas as autoridades espanholas só revelaram estas informações esta terça-feira. Segundo a imprensa espanhola, a portuguesa e os outros cinco detidos vão ser acusados pelo crime de associação ilícita, favorecimento da imigração ilegal e falsificação de documentos.
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