Portugueses não conhecem sintomas de um enfarte - TVI

Portugueses não conhecem sintomas de um enfarte

Cuidados de saúde

A maioria da população não toma medidas preventivas nem sabe quais são os factores de risco

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A maioria dos portugueses tem dificuldade em identificar sinais e sintomas de um ataque cardíaco, como a dor na zona do peito e no braço, revela um inquérito que será hoje divulgado, a propósito do Dia Mundial do Coração.

O estudo sobre «Enfarte agudo do miocárdio - gravidade associada, notoriedade dos factores de risco, reconhecimento dos sinais/sintomas e medidas preventivas» foi realizado pela Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), responsável pelas comemorações do Dia Mundial do Coração, que se assinala domingo.

A investigação, a que a agência Lusa teve acesso, apurou que «a maioria dos inquiridos (400 indivíduos com idade igual ou superior a 30 anos) tem dificuldade em identificar sinais e sintomas do enfarte agudo do miocárdio».

«Estes dados vêm comprovar que há ainda muito trabalho por fazer», segundo Luís Negrão, médico assessor da FPC.

O enfarte agudo de miocárdio ocorre quando a obstrução de uma artéria coronária restringe gravemente ou interrompe o fornecimento de sangue a uma região do coração e tem como sintomas uma dor súbita e intensa na zona do peito e uma dor no braço.

Medidas preventivas

O inquérito revela ainda que quatro em cada dez portugueses, com idades acima dos 30 anos, continuam a não tomar medidas preventivas para evitar complicações cardiovasculares.

Quase 30 por cento dos portugueses não efectua exames médicos regulares de prevenção, em particular a população com menos de 50 anos, segundo as conclusões do inquérito.

A investigação apurou que «dois dos principais factores de risco cardiovascular, o mau colesterol e a hipertensão, ainda não são tidos como tal junto da esmagadora maioria de portugueses acima dos 30 anos».

Entre os inquiridos que conhece ou já ouviu falar de enfarte agudo do miocárdio, quase metade não associa a alimentação rica em gorduras, o tabagismo ou a ausência de exercício físico regular a comportamentos de risco que podem ter consequências a prazo no desenvolvimento de doenças cardíacas.

Portugueses não sabem quais são os factores de risco

De acordo com este inquérito, a maioria dos portugueses (cerca de 57 por cento) tem a percepção de que as doenças cardíacas são a principal causa de morte em Portugal, 96 por cento já ouviu falar do enfarte do miocárdio e cerca de 53 por cento já contactou ou conhece pessoas afectadas por um enfarte do miocárdio.

Dos que conhecem a doença, metade não receia vir a sofrer um enfarte e aponta como principais factores de risco a alimentação rica em gorduras, tabagismo e ausência de exercício físico regular.

Os indivíduos que afirmaram conhecer os aspectos da doença identificam a dor súbita ou intensa na zona do peito e a dor no braço como principais sintomas da doença. Do total deste grupo, 38 por cento assume não tomar medidas preventivas para evitar males maiores.

Entre os seis em cada dez portugueses com mais de 30 anos que fazem uma prevenção no dia-a-dia, as medidas chave de prevenção cardiovascular passam pela prática de exercício físico regular e hábitos alimentares.

As doenças cardiovasculares e os ataques cardíacos são responsáveis por 17,5 milhões de óbitos em todo o mundo, mais que a soma do número de mortes causadas por HIV/Sida, tuberculose, malária e diabetes, todas as formas de cancro e de doenças respiratórias crónicas.
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