A lavagem das mãos é uma das medidas de prevenção ao contágio por Covid-19. No entanto, a lavagem ou a desinfeção repetida das mãos traz consequências à nossa pele.
O dermatologista João Nuno Maia e Silva, da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), esteve no Diário da Manhã, esta quinta-feira e alertou para a necessidade de hidratar as mãos sempre que se lavem ou desinfetem com álcool-gel.
O lavar as mãos reptidas vezes tem uma consequência direta na nossa pele. (...) A nossa pele é constituída como se fosse por blocos de tijolo, coladas por cimento e cobertas por reboco. A lavagem das mãos ou a utilização dos produtos de higiene à base de álcool vai tirar o reboco. Esse reboco tem como função isolar. E ao tirarmos esse reboco deixamos de isolar a nossa pele e a água que está dentro do nosso corpo mais facilmente evapora e seca a nossa pela."
O especialista afirmou que, com o tempo, isto pode provocar "irritação, eczema, comichão ou o aparecimento de fissuras".
Por isso é preciso "reforçar medidas que compensem este dano": depois de lavar as mãos, é preciso "secar as mãos, não esfregar, e reforçar a hidratação".
O dermatologista disse que pode ser usado o creme "que habitualmente as pessoas usam em casa", mas salientou que os cremes "quanto mais gordos melhor, porque quanto mais gordo mais reboco", ou seja, mais isolam a pele.
Se a pele não for hidratada e protegida, pode aumentar o efeito irritativo de uma exposição ao sol e provocar inflamação, irritação e descamação.