Covid-19: "Quem entra em Portugal tem de ficar em isolamento 14 dias" - TVI

Covid-19: "Quem entra em Portugal tem de ficar em isolamento 14 dias"

O secretário de Estado da Saúde e a Diretora-Geral da Saúde estiveram, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa conjunta, a fazer uma atualização da evolução do novo coronavírus em Portugal. A DGS vai lançar uma recomendação genérica para que em entre em Portugal tenha de ficar em isolamento durante 14 dias

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, avançou que será lançada, ainda esta sexta-feira, uma norma sobre a entrada de pessoas em território português, na sequência da pandemia de Covid-19. Essa norma fará uma recomendação genérica para que, a partir da próxima semana, as pessoas que entrem em Portugal tenham de ficar em isolamento profilático durante 14 dias. A indicação é genérica e pode haver exceções caso as autoridades de saúde regionais assim o entendam.

Nós hoje vamos lançar uma norma nova para os serviços se orientarem e a indicação genérica é que quem entra em Portugal tem de ficar em isolamento profilático durante 14 dias. Essa vai ser a indicação genérica. Dito isto, as autoridades de saúde competentes da região para onde estas pessoas vão podem sempre fazer uma avaliação mais fina do risco e tomar medidas que excecionem esta regra. Mas a regra vai ser, para entrar em vigor na próxima semana, que quem entra em Portugal pode ter de ficar em quarentena."

Graça Freitas alertou, numa conferência de imprensa conjunta com o Ministério da Saúde, para a importância dos grupos de risco seguirem as regras do isolamento.

"É obrigatório o isolamento de pessoas doentes", reforçou a responsável, apelando aos lares que se organizem para a eventualidade de um utente apresentar sintomas de coronavírus.

É imperativo ter zonas onde se possam isolar quer as pessoas que adoeçam dentro do lar, quer as pessoas que possam entrar de novo e que, independentemente de fazerem teste ou não à entrada, terão de cumprir 14 dias de isolamento", disse a diretora-geral da saúde.

Questionada pela TVI sobre a quantidade de kits e se vão sair, na próxima semana, testes mais rápidos, Graça Freitas clarificou que Portugal tem, "entre kits, meios mais tradicionais e testes, uma capacidade para fazer 9.000". 

A diretora-geral da saúde explicou que estão a chegar, de diferentes sítios, outras metodologias e outros tipos de testes que "têm de passar pelo filtro de qualidade do Instituto Ricardo Jorge".

Só quando o Ricardo Jorge diz que estes testes têm qualidade para medir o que é suposto que meçam, é que entram nesta nossa capacidade de fazer testes. Os 9.000 podem passar para 10.000, 11.000 ou 12.000, mas tem de haver controlo de qualidade e disso não abdicamos", concluiu Graça Freitas. 

Novos laboratórios para testes podem ser utilizados, mas só após certificação

 O Serviço Nacional de Saúde quer aumentar a testagem para o vírus que provoca a Covid-19 contando com novos laboratórios, mas só após certificação do Instituto Nacional Ricardo Jorge, disse o secretário de Estado da Saúde.

Aumentar a testagem é uma prioridade. Estamos a englobar novos laboratórios na rede. O mercado tem respondido com soluções, algumas divulgadas na comunicação social, mas todas as respostas têm de passar pelo crivo de segurança do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge. A fiabilidade em matéria de testagem é determinante”, disse António Sales, em conferência de imprensa, em Lisboa.

O governante agradeceu as ofertas de apoio que têm chegado ao Ministério da Saúde, sublinhou que "todos são importantes" e insistiu que "o sucesso [na luta contra o novo coronavírus] depende da capacidade de resiliência individual".

"Temos várias linhas de encomendas a ser trabalhadas", disse António Sales, a propósito do trabalho de articulação das ajudas que têm chegado de empresas, instituições e da sociedade civil.

"Não desmoronamos e continuemos a respeitar orientações da Direção-Geral da Saúde", afirmou António Sales, garantindo que está a ser feito um reforço de meios técnicos e humanos no Serviço Nacional de Saúde e que "a alocação de recursos financeiros nunca se colocará em causa nesta altura".

Esta é uma prioridade. Nunca será por questões financeiras que não haverá recursos técnicos e humanos", acrescentou.

O responsável disse ainda que o setor privado, com 450 lugares para cuidados intensivos, será uma resposta complementar importante, agradeceu a disponibilidade manifestada e disse que esse setor ainda não foi chamado e que a resposta será articulada em função da avaliação do surto.

"Essa resposta [dos privados], a juntar aos 1.124 lugares de cuidados intensivos do SNS, poderá ser extremamente importante. Ainda não houve necessidade, mas quando a evolução do surto justificar, claro que serão chamados", garantiu.

António Sales sublinhou que o centro de contacto SNS24 "é e continua a ser a porta entrada do utente circuito da Covid-19" e reconheceu que "os tempos de resposta ainda não são os que gostaria".

"Continuamos a melhorar a capacidade de resposta do serviço. É aqui que, em caso de suspeita de infeção, entramos em contacto com a linha de apoio ao medico, que depois faz o correto encaminhamento de utentes", explicou, acrescentando: "É assim que tem sido possível evitar a procura descontrolada dos serviços de urgência".

O secretário de Estado disse também que a linha de apoio ao médico atingiu um número recorde de 4.150 chamadas atendidas por 40 médicos voluntários em simultâneo.

Não se desloquem às urgências sem orientações prévias da linha SNS24", insistiu.

A Direção-Geral da Saúde informou que há seis mortos e 1020 casos de infetados com o coronavírus em Portugal. Os dados foram divulgados no último boletim, divulgado esta sexta-feira.

Há agora registo de dois mortos na região de Lisboa, dois mortos na região Centro, um morto no Norte e um morto no Algarve.

Em relação ao número de casos confirmados, o número subiu de 785 para 1020, ou seja, foram registados 235 novos casos nas últimas 24 horas.

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