Covid-19 Consultório: as respostas às perguntas que mais preocupam os portugueses - TVI

Covid-19 Consultório: as respostas às perguntas que mais preocupam os portugueses

  • JGR
  • 10 mar 2020, 21:14

O médico de Saúde Pública Ricardo Mexia veio à TVI, ao programa Covid-19 Consultório, responder a algumas das perguntas que mais preocupam os portugueses

O número de casos de infetados pelo novo coronavírus voltou a aumentar. Os números divulgados pela Direção-Geral da Saúde revelaram que o número de casos confirmados de Covid-19 em subiu para 41. O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, veio à TVI, ao programa Covid-19 Consultório, para responder a algumas das perguntas que mais preocupam os portugueses.

Apesar de o anúncio de dois novos casos de contágio, o médico mostrou-se otimista com a evolução da propagação do novo coronavírus. “Estávamos receosos que o padrão do número de casos fosse idêntico ao de outros países, mas, até ver, a evolução não foi muito alta”, sublinhou.

No entanto, Ricardo Mexia apontou para o número de casos que aguardam resultados. Ao todo, são 667 pessoas que se encontram em vigilância ativa e que devem evitar contactos sociais.

Esta evolução, de alguma forma, tranquiliza-nos. Há um grande esforço para conter estas cadeias de transmissão”, revelou.

A rápida propagação do vírus mantém-se como uma das maiores preocupações da população portuguesa. Questionado por um espetador sobre o quão fácil é o contágio do novo coronavírus, Ricardo Mexia admitiu tratar-se de um vírus com uma “capacidade de transmissão relevante”.

O médico de Saúde Pública relembrou ainda que é possível que o vírus não se manifeste logo após o contágio. “Temos o tempo de incubação, ou seja, o momento em que fomos expostos a um caso até ao momento em que se desenvolvem sintomas”.

Mas transmite-se só ao tocar?”, questionou outro espetador. Na verdade, “há várias formas de transmissão”. O vírus transmite-se, principalmente, através de gotículas, através do espirro ou da tosse.

No entanto, Ricardo Mexia recordou que, quando “tossimos ou espirramos, as gotículas ficam nas superfícies”, levando a que, na prática, haja duas vias de contaminação.

Daí a importância da higienização das mãos”, vincou.

Para muitos pais, a época da Páscoa está a ficar marcada pelas dúvidas em relação a viagens de finalistas. No entanto, para o Médico, cada situação terá de ser avaliada caso a caso. “Temos que avaliar o local de destino da viagem de finalistas, para perceber se é um local onde haja transmissão.”

A realizarem-se as viagens, é preciso implantar medidas que possam reduzir os riscos de transmissão (…) Promover que, em caso de alguns sintomas, se contactem de imediato as autoridades”.

E um idoso, o que deve fazer caso tenha uma viagem marcada?

Apesar do encerramento de alguns aeroportos e de algumas ligações aéreas, se não houver problema com essa ligação, não há nenhuma indicação das autoridades no sentido de cancelamento de viagens”, explicou.

Os idosos pertencem ao grupo de risco, pelo que, independentemente de viajar ou não, devem “ter um conjunto de cautelas”, desde lavar as mãos, tossir para as pregas dos cotovelos e evitar grandes ajuntamentos de pessoas. Acima de tudo: “devem ter uma atenção particular.”

Um dos espetadores foi doente oncológica e tem várias consultas marcadas, em vários hospitais.  O que deve fazer? Deve levar máscara?

As atividades clínicas mantêm-se até indicação do contrário”, afirmou.

Muitas dúvidas existem sobre a utilidade das máscaras na contenção da transmissão do vírus. O médico explicou que as máscaras utilizadas pela generalidade da população são máscaras cirúrgicas, o que significa que servem para não contaminar terceiros. “As máscaras têm a função de evitar a saída de gotículas mais do que a entrada.”

As máscaras que a globalidade da população está a usar são máscaras cirúrgicas. A função principal é evitar que eventuais gotículas por parte de quem trata do doente possam ser projetadas para o corpo da pessoa que está a ser operada.”

E o calor? Vai ou não travar a transmissão do vírus, à semelhança dos outros vírus respiratórios que circulam no inverno. A resposta é incerta.

É uma questão recorrente. A resposta é que não sabemos”, revelou. “Para já, os dados não nos permitem tirar essa conclusão e afirmar que isso será uma realidade.”

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