Covid-19: DGS explica o grande aumento do número de casos recuperados - TVI

Covid-19: DGS explica o grande aumento do número de casos recuperados

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  • AG-Atualizada às 15:47
  • 18 mai 2020, 14:30

Já foram feitos mais de 650 mil testes em Portugal

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou esta segunda-feira que o elevado aumento de casos recuperados de doentes com Covid-19 nas últimas 24 horas se deve às instituições estarem a reportar mais.

Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o número de recuperados subiu para 6.430, mais 1.794 (+38,7%) relativamente a domingo.

Questionada sobre este aumento na conferência de imprensa diária da DGS, que se realiza em Lisboa, Graça Freitas afirmou que “as instituições começaram a reportar mais, já estão mais aliviadas no seu trabalho assistencial e, portanto, começam a melhorar a informação”.

Com estes dados, explicou, vai conseguir-se caracterizar todas estas pessoas em função das idades, em que hospitais estiveram e saber quantos testes tiveram negativos para poderem ser dados como recuperados.

Não quer dizer que já tenhamos essa estatística trabalhada”, disse Graça Freitas, explicando que muitas vezes se diz que “a informação sobre uma epidemia só se consegue saber toda no final da epidemia”, porque estão a acontecer “muitos fenómenos ao mesmo tempo”.

“Mas nós temos estes dados em bases de dados e, quando é necessário e possível, conseguimos visitar e saber exatamente que tipo de pessoas, quantos dias é que levou entre a data de diagnóstico e a data de recuperação”, sublinhou.

Ou seja, será possível perceber “todo o processo que se seguiu no acompanhamento destes doentes até ao resultado final da sua doença, uma vez que esta doença não é uma doença crónica é uma doença aguda e, portanto, tem um princípio, uma evolução e depois tem um fim”, disse Graça Freitas.

Situação nos lares é estável

O secretário de Estado da Saúde disse esta segunda-feira que a situação de infeção pelo novo coronavírus nos lares de idosos está estável, havendo 315 casos positivos nas cerca de 2.500 instalações.

Mantém-se estável a situação de infeção pelo novo coronavírus nos lares de idosos. Das 2.536 ERPI [Estruturas Residenciais para Idosos] existentes em Portugal continental, 12% têm casos de Covid-19, ou seja 315 casos”, revelou António Lacerda Sales na conferência de imprensa relativa ao ponto da situação da covid-19 em Portugal, realizada em Lisboa.

Segundo dados avançados pelo secretário de Estado da Saúde, nessas estruturas existem “cerca de dois mil utentes positivos, 10% dos quais em internamento”.

Dos cerca de 14 mil funcionários dos lares de idosos, 998 aguardam o resultado dos testes de despistagem e 720 estão a cumprir isolamento profilático.

Segundo o governante, a taxa de mortalidade global por Covid-19 é de 4,2% e em pessoas acima dos 70 anos é de 15,7%.

Outro dos temas abordados por Lacerda Sales na conferência de imprensa prendeu-se com os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) utilizados no combate à Covid-19, ressalvado que “a proteção dos profissionais de saúde e de todos os que prestam cuidados serão uma preocupação”.

Há neste momento seis entidades acreditadas para proceder à certificação das empresas que pretendam fabricar máscaras cirúrgicas, sociais ou outros dispositivos de proteção”, afirmou o governante.

“O Instituto Português de Qualidade e o Instituto Português de Acreditação estão a trabalhar para que sejam estabelecidos critérios para outorgar competência acreditadora pelo que em breve deverá haver mais entidades com esta capacidade”, sublinhou.

Governo admite rever estratégias de testagem

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu fazer uma revisão das estratégias de testagem em função do dinamismo do novo coronavírus SARS-Cov-2.

“Em função deste dinamismo do surto estamos numa fase em que também temos que ter a humildade democrática de fazer uma revisão sobre, também, as próprias estratégias de testagem”, afirmou o governante, comentando os dados de um inquérito da Ordem dos Médicos, segundo o qual 47% dos médicos com sintomas de Covid-19 ou que tiveram contacto com casos suspeitos nunca foram testados.

António Sales lembrou, contudo, na conferência diária da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia, que as instituições de saúde têm que respeitar a orientação número 13 da DGS sobre a testagem aos profissionais de saúde.

Este é um surto dinâmico, aquilo que em nos encontrávamos em março e abril não é aquilo em que nos encontramos em maio, portanto, nós temos que nos ir ajustando ao próprio dinamismo desse surto”, sublinhou.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, têm estado a fazer-se cada vez mais testes.

Temos em testes acumulados mais de 650 mil testes, testamos por milhão de habitantes mais de 60 mil pessoas, e, portanto, há um reforço cada vez maior na nossa capacidade de testagem”, salientou.

António Sales agradeceu ainda à Ordem dos Médicos e aos profissionais de saúde “todos os contributos que possam dar para melhorar” a “capacidade de resposta em todas as suas vertentes”.

Segundo um inquérito divulgado esta segunda-feira, 47% dos médicos que tiveram contacto com um caso de Covid-19 - suspeitos de infeção pelo novo coronavírus ou doentes com sintomatologia compatível com a doença - nunca foram submetidos a qualquer teste.

Respeito pelas regras deve ser "escrupuloso"

O secretário de Estado da Saúde considerou esta segunda-feira ser "um dever respeitar escrupulosamente as regras" das autoridades de saúde neste período de desconfinamento e pediu às pessoas que se comportem com consciência, responsabilidade e civismo.

Não nos podemos esquecer que cada ação nossa tem impacto no outro e por isso temos o dever de continuar a respeitar escrupulosamente as regras estipuladas pelas autoridades de saúde porque continuamos todos a ser agentes de saúde pública”, afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa relativa ao ponto da situação de Covid-19 em Portugal.

Segundo o secretário de Estado, nesta segunda fase de desconfinamento, que permitiu a reabertura de estabelecimentos de comércio, restaurantes, pastelarias, creches e algumas escolas, não se pode “vacilar, nem relaxar, nem esmorecer”.

Estamos no primeiro dia da segunda fase de desconfinamento é natural que as pessoas tenham receios como também tiveram quando foi necessário recolhermo-nos. É um caminho que percorreremos coletivamente com consciência, responsabilidade e civismo”, acrescentou.

Lacerda Sales referiu que há 6.430 casos de doentes recuperados de Covid-19, mais 1.794 casos que domingo, que representa "o maior aumento do número de casos recuperados".

Neste momento, 22% dos casos confirmados, encontram-se recuperados", sublinhou.

UCI ocupada a 54%

A taxa de ocupação das unidades de cuidados intensivos (UCI) situa-se no 54%, sendo cerca de 30% doentes com Covid-19, anunciou o secretário de Estado da Saúde.

Temos no dia de hoje uma taxa de ocupação de cerca de 54%, tem rondado entre os 50 e os 54%, o que reflete mais uma vez a nossa capacidade de expansibilidade”, disse António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária de atualização sobre a covid-19, realizada em Lisboa no Ministério da Saúde.

Segundo o governante, entre “30 a 33%” das camas de cuidados intensivos estão ocupadas com infetados pelo novo coronavírus, o que mostra que tem vindo a diminuir gradualmente a taxa de ocupação de Covid-19 nas UCI.

Relativamente à capacidade de ventilação mecânica, Lacerda Sales afirmou que era de cerca de 6,4 camas por 100 mil habitantes, mas com "o esforço que foi desenvolvido”, com a chegada de cerca de mais 400 ventiladores, entre os quais doações, empréstimos e aquisição central, aumentou para as "713 camas, o que é significativo e reflete o nível de expansibilidade já interessante nesta fase em termos de ventilação mecânica”.

Sublinhando que a média europeia ronda as 11,5 camas por 100 mil habitantes, António Lacerda Sales defendeu: “há que melhorar e aproveitar esta capacidade, esta renovação da nossa capacidade de ventilação mecânica para nos aproximarmos e se possível ultrapassarmos esta média europeia”.

Este aumento da capacidade ventilatória tem “não só o objetivo” de aumentar a capacidade das UCI nesta fase Covid-19, mas também no futuro com os ventiladores que já chegaram e com que chegarão nas próximas semanas, disse o secretário de Estado, adiantando que os ventiladores que já foram pagos por Portugal já estão na embaixada de Portugal em Pequim.

Em Portugal, morreram 1.231 pessoas das 29.209 confirmadas como infetadas, e há 6.430 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. 

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