Covid-19: "Esta situação coloca as fragilidades dos lares à tona" - TVI

Covid-19: "Esta situação coloca as fragilidades dos lares à tona"

Situação preocupante afeta utentes e funcionários. Lar da Maia tem já 8 funcionários infetados a que se juntam 13 utentes, um deles acabou por morrer, diretor teme que toda a instituição esteja infetada pelo novo coronavírus

A propagação do Covid-19 nos lares de idosos está a preocupar as autoridades e o tema esteve em debate esta noite na TVI24. Neste momento registam-se já óbitos em instituições da Maia e Resende.

José Manuel Correia, diretor do Lar da Maia, revelou que tem já 8 funcionárias infetadas a que se juntam 46 utentes em isolamento, 13 deles infetados, tendo um deles falecido no domingo. O diretor do lar diz que tem contactado as autoridades, mas tem tido respostas que considera "descabidas".

Tenho 13 utentes em isolamento, os restantes não realizaram testes porque, segundo as autoridades, não têm sintomas. Achei descabido," disse José Manuel Correia, diretor do Lar da Maia

O presidente da União das Misericórdias foi um dos convidados do debate e garantiu que há muitas falhas no sistema. Manuel Lemos aproveitou ainda para deixar uma palavra de apoio ao provedor do lar de Resende, instituição onde se registam 10 casos.

Esta situação coloca as fragilidades dos lares à tona", afirma Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias.

Manuel Lemos apelou ainda ao redobramento de cuidados nos lares das zonas com baixa  densidade populaciona devido à falta de recursos humanos.

Doenças crónicas fragilizam utentes dos lares

Francisco Antunes, médico infecciologista, considera que são as doenças crónicas que fragilizam a população mais idosa Segundo o especialistas "nesta faixa etária as doenças como diabetes e hipertensão aumentam a taxa de mortalidade".

Temos que isolar os infetados e proteger os funcionários dos lares", afirmou Francisco Antunes

Sobre a questão dos testes, Francisco Antunes sublinhou que devem ser realizados testes em massa a estes utentes. Já José Manuel Correia voltou a relembrar que, apesar da insistência, não foram realizados testes a todos utentes.

As autoridades dizem que está tudo próximo da rotura (em relação a testes de despiste de COVID-19)", afirmou o diretor do lar da Maia

O diretor do lar da Maia acredita ainda que os delegados de saúde e o SNS não estão preparados para lidar com um surto desta dimensão. Ao longo de todo o debate tanto José Manuel Correia como Manuel Lemos insistiram que deviam ser realizados mais testes.

Francisco Antunes diz que se não houver uma intervenção imediata que o problema nos lares vai ficar descontrolado e para isso é preciso "testar, testar e testar". O especialista pediu ainda que se reforce a higiene pessoal dos utentes e se protejam os funcionários.

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