Covid-19: Portugal vai viver "período de transição" entre a variante Delta e a Alpha - TVI

Covid-19: Portugal vai viver "período de transição" entre a variante Delta e a Alpha

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 22 jun 2021, 21:51

Previsão do matemático Óscar Felgueiras dá quase como garantido uma média de dois mil casos por dia a curto prazo

O matemático da Universidade do Porto Óscar Felgueiras assumiu esta quinta-feira que o aumento de casos em todo o território de Portugal “é um dado quase adquirido”, apontando que o número de novas infeções pode chegar às duas mil a curto prazo.

Projeta-se que nas próximas semanas, a curto prazo, seja registado um aumento de casos que é muito provável que chegue aos dois mil diários”, disse o matemático, sublinhando que ainda não é possível indicar quando surgirá o pico desta alegada quarta vaga.

No entanto, todas estas previsões vão depender de vários indicadores que são flexíveis, como a perceção de risco, o aumento da testagem e uma aceleração da vacinação.

Felgueiras entende ainda que a ação da variante Delta - que é 60% mais transmissível do que a associada ao Reino Unido - torna “um pouco mais difíceis os cálculos sobre a pandemia”. Ainda assim, “perante o mesmo comportamento” da estirpe, é estimado que o Rt passe para 1.3, caso “esteja presente em 50% dos casos”.

Teremos uma subida de casos transversal por causa da nova variante”, prevê o matemático, indicando que no Algarve, que registou uma  subida de novos casos recente e muito repentina, a incidência pode chegar a um nível muito próximo de Lisboa e Vale do Tejo.

Óscar Felgueiras destaca ainda que, com a variante mais transmissível, existirá um “processo de transição”, “uma substituição da variante anterior (Alpha) por esta nova variante”.

Em termos de ação para travar este acentuar da pandemia em todo o território português, o especialista diz que não se pode fazer muito. “Tudo o que se pode fazer” é “conter um pouco o ritmo”, mas provavelmente a “pressão adicional em Lisboa e Vale do Tejo vai também vai acabar por ser sentida nas outras regiões”.

A afirmação do matemático da Universidade do Porto surge numa altura em que os indicadores principais - o Rt e a incidência - “mostram certamente um agravamento da situação”. 

Dessa forma, Felgueiras alerta que o foco em Lisboa deve ser lidado com mais atenção, mas explica que, “a curto prazo, o aumento de casos é um dado quase adquirido”. “Tão brevemente não devemos ver uma inflexão nessa tendência”.

Continue a ler esta notícia