Hospitais de Penafiel e Amarante sem médicos residentes para assistir doentes covid-19 à noite - TVI

Hospitais de Penafiel e Amarante sem médicos residentes para assistir doentes covid-19 à noite

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 13 nov 2020, 08:54
Coronavírus

Informações foram divulgadas pelo jornal Público, que sublinha que há casos de médicos que já pediram declarações de isenção de responsabilidades por considerarem que as condições não são adequadas

Os hospitais de Penafiel e Amarante não têm qualquer médico em permanência durante a noite para assistir doentes internados com covid-19, que chegam a ser centenas nestas unidades hospitalares. 

De acordo com uma investigação do jornal Público, o hospital de Penafiel, onde estão actualmente 130 internados com o novo coronavírus, não tem um único médico em permanência, sendo que a necessidade de prestar assistência a um doente durante a noite é cumprida por um médico de urgência. 

Este sistema foi utilizado em Penafiel para atender perto de 800 doentes num só dia, já durante a segunda vaga de pandemia.

O mesmo acontece no hospital de Amarante, onde estão internados neste momento mais de 50 doentes com covid-19. Segundo o Público, esta prática já era comum nos internamentos pré-pandemia.

Ouvidos pelo jornal, médicos sublinham que há doentes infetados que entram em descompensação de forma rápida, existindo a necessidade de uma intervenção célebre.

Por esta razão, nos hospitais onde há apenas um especialista e um interno em permanência durante a noite para acompanhar quase 100 doentes com covid-19, vários médicos pediram declarações a isentarem-se de responsabilidades por estarem a trabalhar em condições que consideram não ser adequadas. 

No hospital de Gaia ocorreu precisamente isto, com cerca de uma dezena de pneumologistas a assinarem as declarações.

Em resposta ao Público, a administração do hospital de Gaia garante que esta situação “não coloca em causa a segurança dos doentes internados”, sublinhando que existe uma equipa de emergência interna, que pode prestar apoio se dois doentes precisarem de assistência em simultâneo.

Já no Hospital de Santo António o rácio é menor: há 122 doentes distribuídos por quatro enfermarias que estão a ser assistidos por um especialista e um interno durante a noite.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde admitiu na quarta-feira preocupação com a pressão que os hospitais públicos estão a sentir, nomeadamente no Norte, devido à pandemia de covid-19. 

Em declarações aos jornalistas no hospital de Penafiel, António Lacerda Sales falou da “rede expansiva e elástica” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) português, garantindo que “quando há necessidade é possível transferir de um local para o outro”, mas sem dar números ou avançar com medidas concretas.

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