Morreram todos os dias de janeiro 95 pessoas em excesso e não foi por covid-19 - TVI

Morreram todos os dias de janeiro 95 pessoas em excesso e não foi por covid-19

A matemática Cristina Costa Santos diz que os dados sobre a mortalidade são "preocupantes" e sublinha que é fundamental perceber a que se ficam a dever as mortes em excesso que não são justificadas pela infeção por SARS-CoV2

Está a morrer-se em excesso em Portugal e a covid-19 não justifica todos estes óbitos. A matemática Cristina Costa Santos, que estuda a mortalidade há mais de 20 anos, disse, esta quarta-feira, na TVI24, que morreram no mês de janeiro 6.042, acima do valor que é considerado "excesso". Desses óbitos, 3.749 ficaram a dever-se à covid-19, mas há 2.293 óbitos que estão por explicar. 

São 95 mortos por dia que não percebemos porque morreram e é muito importante onde é que as pessoas estão a morrer e porque é que as pessoas estão a morrer. (...) Se estas mortes foram no hospital, poderá querer dizer que o hospital está em rutura e já não consegue dar resposta e tratar os seus doentes. Se foi em casa, pode querer dizer que as pessoas já nem vão ao hospital, porque têm medo, por exemplo", adiantou a especialista.

Cristina Costa Santos mostra os números espelhados num gráfico, onde é possível ver a tracejado a linha acima da qual os óbitos são considerados "em excesso". Nesse gráfico é possível comparar o mês de janeiro, com o mês anterior. 

Em dezembro, houve alguns excessos de mortalidade, mas se descontarmos os mortos por covid, verificamos que houve, poucos dias com excesso de mortalidade."

Se olharmos para janeiro, é assustador", resumiu.

A especialista reforça que os dados da mortalidade no país se revelam "preocupante": "Houve um aumento de mortalidade, mas não se justifica só com os dados da covid-19 que são divulgados no boletim diariamente".

 

 

 

 

 

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