Mulher com menos de 30 anos que morreu com Covid-19 tinha “doença complexa associada” - TVI

Mulher com menos de 30 anos que morreu com Covid-19 tinha “doença complexa associada”

  • Sofia Santana
  • atualizada às 14:34
  • 31 mai 2020, 13:13

Na conferência de imprensa diária sobre a pandemia de Covid-19 em Portugal, Marta Temido confirmou o óbito e explicou o seu historial clínico. A ministra voltou a falar no reforço das medidas que vão ser adotadas para combater os surtos nos concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo, informando que existe uma capacidade de testagem de cerca de 7.000 testes podia para esta região

Portugal registou um novo óbito por Covid-19 na população entre os 20 e 29 anos, desta vez uma mulher. A ministra da Saúde explicou, este domingo, na conferência de imprensa diária sobre a pandemia em Portugal, que se trata de um caso de “uma doença complexa associada à Covid-19”.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado este domingo pela Direção Geral de Saúde (DGS), foram registados mais 297 infetados e destes 90% (268) foram diagnosticados em Lisboa e Vale do Tejo. Ora, na conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, começou precisamente por destacar o reforço das medidas que já foram anunciadas no sábado e que vão ser adotadas para combater os surtos nos concelhos desta região.

 A ministra admitiu que os serviços do SNS nas zonas da Grande Lisboa que estão a responder a estes surtos não poderão retomar a sua atividade normal devido a este aumento da procura.

 Estamos agora focados, em termos de atuação, naquilo que são para a Saúde os agrupamentos de centros de saúde de Loures, Odivelas, da Amadora, de Lisboa e Sintra, associados a surtos específicos, de forma a controlar o risco de retrocesso na contenção da transmissão do vírus e na expansão da Covid-19."

"Estamos em campo, no terreno com um conjunto de medidas específicas, muito focadas na saúde pública e que têm em conta as características específicas dos focos de doença que encontramos", continou a ministra. 

Marta Temido voltou a reiterar que a estratégia mantém-se alicerçada em três pontos: o "rastreio da infeção em atividades nas quais se tem verificado maior incidência" da doença, "sobretudo em áreas ligadas à construção civil e às cadeias de abastecimento", na "testagem de todas as pessoas relativamente às quais haja contacto com os focos de doença" e, por último, na "determinação do confinamento obrigatório destas pessoas", fazendo intervir sempre que tal for necessário as forças de segurança.

Em relação à testagem, a ministra informou que existe uma capacidade instalada de cerca de 7.000 testes por dia para a região de Lisboa e Vale do Tejo, especificando que a capacidade será de 4.000 análises por dia na rede pública e cerca de 3.000 em ambiente privado ou com outros parceiros.

São sobretudo equipas do INEM que vão fazer o rastreio da Covid-19 no setor da construção civil, complementadas por outras estruturas. Este tipo de colheita é mais eficiente pois uma das sete equipas do INEM dedicadas a este tipo de atuação colhe, por dia, entre 200 a 300 amostras de material biológico.

Questionada sobre as alternativas ao confinamento domiciliário quando se verifique que as habitações não reúnam condições para esse isolamento, a governante referiu que poderão ser usadas estruturas como pousadas da juventude, centros do Inatel, estruturas de campanha que existem e que nunca chegaram a ser ativadas. A ministra disse que "já há pessoas nessa situação", mas não disse quantas.

Marta Temido sublinhou que o Governo espera, com este reforço de medidas "reduzir nos próximos dias o número de contágios e minimizar o risco de transmissão" nesta região, garantindo o seu "alinhamento" com o que se verifica no resto do país. 

A ministra disse ainda que o Governo está a estudar a possibilidade de recorrer aos profissionais e técnicos das escolas que trabalham na área da saúde pública em Lisboa para ajudar a combater a pandemia naquela região

Não está fora de hipótese a circunstância de recorrermos às próprias escolas que trabalham na saúde pública, que têm competências e profissionais e técnicos altamente capacitados para poderem ajudar neste trabalho", afirmou, quando questionada sobre uma eventual falta de especialistas de saúde pública na Grande Lisboa.

 Marta Temido vincou que há ainda "a disponibilidade de profissionais de saúde pública de outras áreas do país", num trabalho que está a ser articulado com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

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