Calor do Norte de África vai ditar clima em Portugal - TVI

Calor do Norte de África vai ditar clima em Portugal

O que começa a milhares de quilómetros pode acabar à porta de casa. Grande reportagem da TVI sobre o clima, da autoria de Isabel Loução Santos

2015 foi o ano mais quente da história registada do planeta. Antes, 2014 já o tinha sido. Os oceanos atingiram temperaturas recorde em 2015, no mesmo ano em que Portugal atravessou a segunda pior seca em 70 anos.
 
O que acontece em Cabo Verde pode ter impactos na costa dos Estados Unidos e até de Portugal.
 
Porque é que em Marrocos se entra numa máquina do tempo e de que forma o Ártico se transformou no epicentro da maior catástrofe natural da atualidade?
 
“Corrida contra o tempo” é uma grande reportagem da TVI, da autoria de Isabel Loução Santos.
 
Apesar dos fenómenos extremos do Norte da Europa é em África que compreendemos porque é que o hemisfério sul será o mais castigado pelas alterações climáticas.
 
Atentemos, por exemplo, ao outono de 2014 e às cheias relâmpago em Lisboa. Os erros urbanísticos e a geografia da cidade ajudam a explicar mas não chegam para perceber a causa do fenómeno.
 
Episódios meteorológicos que marcam o início de um processo mais vasto e aparentemente contraditório, hoje só percetível a milhares de quilómetros na aridez do Norte de África. É aí que hoje já se tem um vislumbre do futuro climático de Portugal.
 
Na realidade, visitar Marrocos é como entrar numa máquina do tempo. É como olhar para algumas regiões portuguesas no final do século. Apesar da aparente contradição, Portugal está num processo de desertificação. Chove muito em pouco tempo, mas na média anual chove menos de ano para ano.
 
 “É como se o clima do norte de África se movesse para Norte e passasse a ser o futuro clima do Sul da Península Ibérica, e por aí fora”, explica Filipe Duarte Santos, especialista em alterações climáticas.
 
Neste processo, África ficará ainda mais à mercê da pobreza e da seca.
 
Mas nenhum país ou região escapa à teia de consequências. E o que começa a milhares de quilómetros pode acabar à porta de casa.
 
Tempestades sem precedentes, ondas gigantes, ventos devastadores, as praias portuguesas tornam-se cada vez mais locais de alto risco. A areia desaparece, a fúria das águas tudo arrasta, fenómenos cada vez mais à porta de muitos portugueses, ano após ano.
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