Cova da Beira: julgamento começa a 11 de Setembro - TVI

Cova da Beira: julgamento começa a 11 de Setembro

Alegada corrupção: Processo «Cova da Beira» parado há mais de um ano

Em causa estão crimes de corrupção e branqueamento de capitais

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O julgamento do caso «Cova da Beira», que envolve crimes de corrupção e branqueamento de capitais, vai ter início a 11 de Setembro próximo, ou seja, daqui a sete meses, disse hoje à Agência Lusa fonte das Varas Criminais de Lisboa.

O julgamento esteve para começar em Outubro de 2011, mas na altura foi adiado «sine die» por motivos relacionados com cartas rogatórias para inquirição de algumas testemunhas que se encontram no estrangeiro.

Já em Outubro de 2009, o julgamento havia sido adiado por motivos idênticos, relacionados com cartas rogatórias enviadas para Inglaterra para inquirição de testemunhas.

O caso remonta a 1996, quando a Associação de Municípios da Cova da Beira escolheu a empresa Ana Simões & Morais para a assessorar no concurso público. A empresa era dirigida por Ana Simões e António José Morais, engenheiro e docente que leccionou várias cadeiras ao ex-primeiro-ministro, José Sócrates, quando este tirou o curso de Engenharia na Universidade Independente, entretanto extinta.

António José Morais e Ana Simões são arguidos no caso, suspeitos de terem recebido dinheiro de outro arguido, Horácio Luís de Carvalho, dono da empresa HLC, que veio a ganhar o concurso, no valor de 12,5 milhões de euros, para a construção do aterro em 1997, apesar de ter sido excluída no início do concurso e, entretanto, readmitida.

As suspeitas de corrupção apoiam-se nos dados fornecidos por um banco offshore que funciona numa ilha do Canal da Mancha, autónoma do Reino Unido, mas considerada uma dependência da Coroa britânica, daí a necessidade de inquirição de testemunhas em Inglaterra, indicou na altura à agência Lusa fonte do Tribunal Criminal de Lisboa.

Aqueles dados dão conta de 58 mil euros transferidos para uma conta aberta pela empresa Ana Simões & Morais no banco offshore, onde Horácio Luís de Carvalho também tinha conta.

O então primeiro-ministro José Sócrates, que foi arrolado como testemunha por Ana Simões, respondeu por escrito a várias perguntas colocadas pelo tribunal.

José Sócrates, que na altura dos factos era secretário de Estado do Ambiente, afirmou não ter tido qualquer influência, quer na escolha da empresa Ana Simões & Morais para prestar consultoria, quer na escolha da HLC para construir o aterro.
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