Afundados navios para museu subaquático - TVI

Afundados navios para museu subaquático

Operação ao largo de Portimão foi um «êxito»

Dois dos quatro navios da Marinha de Guerra Portuguesa que integram o parque subaquático para mergulho no Algarve, Ocean Revival, foram afundados esta terça-feira ao largo de Portimão, operação que os promotores consideraram como «um êxito».

«Os navios ficaram na posição que estava programada, ou seja, direitos e a cerca de 30 metros de profundidade», sublinhou Luís Sá Couto, promotor do projeto Ocean Revival.

Os dois navios que durante cerca de 40 anos serviram a Armada Portuguesa ficaram «sepultados» no mar a três milhas a sudoeste de Portimão (uma milha náutica equivale a 1.852 metros) e a cerca de 1,5 milhas da praia de Alvor, em Portimão, no parque subaquático, cujo investimento está estimado em cerca de três milhões de euros.

ÀS 11:38, quatro explosões controladas por técnicos canadianos especializados neste tipo de operações e acompanhadas pela Marinha Portuguesa, provocaram rombos no casco da corveta Oliveira e Carmo, provocando o seu afundamento em pouco mais de dois minutos.

Mergulhadores da Marinha confirmaram alguns minutos depois a estabilidade e a posição do navio, e o sucesso da operação.

O afundamento do navio-patrulha Zambeze foi também provocado por quatro explosões (duas na popa e duas na proa) e verificou-se às 16:04, demorando cerca de dois minutos e meio para ficar assente no fundo do oceano.

De acordo com o promotor do projeto Ocean Revival, Luís Sá Couto, a operação «foi um êxito, porque decorreu tudo como estava previsto, com os navios assentes direitos no fundo do mar».

A operação de afundamento dos dois navios foi coordenada pela Marinha Portuguesa que estabeleceu um perímetro de segurança de meia milha náutica (cerca de 900 metros), ficando o local sinalizado para a navegação com boias amarelas.

O afundamento dos navios foi acompanhado por vários militares da Armada, entre os quais o último comandante da corveta Oliveira e Carmo.

Para Gomes de Sousa, o afundamento «origina é um misto de alegria e tristeza». «Afundado, a sua história fica preservada, já que a alternativa seria o desmantelamento».

Por seu turno, o representante do Chefe do Estado da Armada, o contra-almirante Nunes Teixeira, considerou «uma iniciativa importante, porque mantém viva parte da história da Marinha Portuguesa».

«São navios que marcaram uma época e que podem ser apreciados numa iniciativa inédita em Portugal», destacou aquele responsável.

Os dois navios foram afundados depois de lhes terem sido removidos os materiais com substâncias consideradas contaminantes e nocivas para o meio ambiente, nomeadamente óleos, amianto, ficando apenas o casco e alguns matérias que não representam perigos de contaminação para o meio marinho.

De acordo com o promotor, o parque subaquático representa um investimento de cerca de três milhões de euros.

Os trabalhos de descontaminação dos quatro navios custaram cerca de 2,4 milhões de euros, verba que foi angariada pela empresa junto de grupos privados.

«O capital é inteiramente privado, mas ainda não está todo garantido. Espero que através de donativos e outras iniciativas possa concretizar o restante para a concretização do projeto», observou Luís Sá Couto.

Aquele responsável prevê que os outros dois navios «cheguem a Portimão ainda este ano, para que se inicie a preparação para o afundamento, previsto para março de 2013».

Luis Sá Couto acredita que o parque Ocean Revival vai dinamizar e explorar o turismo de mergulho, servindo como uma mais-valia para o Algarve.
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