Um pouco por todo o país há mais de 1.100 profissionais de saúde infetados por Covid-19. Na última semana foram chegando à redação da TVI várias denúncias de enfermeiros e médicos infetados pelo novo coronavírus e que davam conta de que estariam em casa, de baixa, mas a auferir apenas 70% do salário, ou seja, como acontece numa baixa médica normal.
Só no hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, haverá sete a oito enfermeiros nesta situação, algo que foi confirmado, esta manhã, à TVI, por fonte oficial da unidade hospitalar.
A norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) é clara: os profissionais de saúde têm de receber 100% da baixa porque a doença foi adquirida em contexto de trabalho.
Se um profissional de saúde testar positivo para este vírus, terá de ser a saúde ocupacional do hospital a tomar conta da situação e a passar uma baixa a 100%, mas a TVI sabe que não está a haver uniformidade nesta prática: uns recebem a totalidade, outros apenas 70%.
Na quarta-feira, durante a conferência de imprensa diária da DGS, a TVI confrontou o secretário de Estado, António Lacerda Sales, sobre esta situação, que apenas disse que “se não há uniformização, nas diferentes instituições, essas situações serão corrigidas”.
Segundo o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, entre os cerca de 200 médicos infetados em Portugal, 15% estará com este problema com as baixas.
Há uma atitude de pouca proteção, poucos testes feitos aos profissionais de saúde. Há situações onde o pagamento não é feito de forma correta, situações onde a própria autoridade de saúde poderia resolver e não resolve, e situações onde só os profissionais sintomáticos são testados e todos os outros continuam a trabalhar", adiantou.
A TVI sabe que os médicos da pediatria do Hospital de Aveiro também passaram por esta situação, mas acabaram por conseguir receber a baixa a 100% após pressão das chefias.