A solidariedade não faz quarentena - TVI

A solidariedade não faz quarentena

Solidariedade refugiados

Arrancou em Portugal uma campanha de angariação de fundos para salvar vidas e prevenir o contágio de Covid-19 em refugiados retidos em campos na Grécia. São urgentes 30 mil euros para comprar máscaras, desinfetantes e medicação

Enquanto milhões de portugueses são aconselhados a ficar em casa, milhares de refugiados não podem fazer o mesmo. Estão expostos ao contágio, a viver em tendas ou contentores, sem poderem sequer lavar as mãos. As estruturas de acolhimento nas ilhas gregas estão sobrelotadas e as organizações de voluntários temem uma catástrofe se se o novo coronavírus lá chegar.

No campo de Mória, sobre o qual a TVI escreveu, há pessoas com medo de morrer com Covid-19. Neste campo, contruído para receber 3 mil refugiados, vivem agora 20 mil, ou seja, há muito que está sobrelotado, impossibilitando medidas preventivas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde como o distanciamento social ou desinfeção de mãos. Destes 20 mil residentes no campo da ilha grega de Lesbos, 500 têm mais de 60 anos ou doenças crónicas. Para o HuBB, se não for possível a retirada dessas pessoas o foco tem de ser a prevenção dentro do campo.

Na ilha grega de Samos o cenário é tragicamente semelhante. Cerca de 7500 pessoas vivem num campo com capacidade para 648. Falta espaço, faltam profissionais de saúde, faltam condições mínimas de higiene e, à luz da pandemia Covid-19, há riscos impossíveis de contornar.

 

 

Grécia não dá resposta

O governo grego não colabora com o encaminhamento de pedidos de asilo de países terceiros. A Grécia assinou, por exemplo, um acordo bilateral com o governo português para serem recebidos mil refugiados em Portugal. Fonte oficial do ministério da Administração Interna revela à TVI que ainda à espera, uma vez que compete às autoridades gregas o desenvolvimento dos procedimentos para a transferência das pessoas.

António Vitorino, diretor-geral da Organização Internacional das Migrações alerta todos os Estados que é urgente um “combate à Covid-19 num grupo particularmente vulnerável”. Porém, no que respeita a medidas de prevenção dentro dos campos, a inércia é aparentemente a mesma, expondo grupos de risco a um eventual contágio.

 

 

Desta forma, à HuBB resta acreditar que solidariedade não está de quarentena para financiar o plano médico de emergência de apoio aos refugiados nos campos de Moria e Samos. É urgente a compra materiais de proteção, medicação e ainda garantir o pagamento de recursos humanos e logísticos necessários para estas salvar vidas. Para isso, esta plataforma lançou um apelo aos portugueses para se juntarem numa campanha de angariação de 30 mil euros para que os voluntários das ONG no terreno possam fazer algo e salvar mais de mil vidas.

“Todas as medidas de prevenção que usamos contra o Covid-19 não serão possíveis nos campos de refugiados. Não há lavatórios para todos lavarem as mãos, não é possível aplicar medidas de distanciamento social, não é possível realizar quarenta numa tenda dividida por muitas pessoas, não existem cuidados médicos suficientes…”, referem os organizadores desta campanha.

 

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