Autarcas do distrito do Porto querem que seja decretado estado de emergência - TVI

Autarcas do distrito do Porto querem que seja decretado estado de emergência

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  • 3 nov 2020, 21:17
Reabertura do comércio e da restauração no Porto

Marco Martins lembrou que na semana passada já tinha pedido que fosse instituído o recolher obrigatório no distrito

Os autarcas do distrito do Porto mostraram-se esta terça-feira favoráveis a que seja decretado o estado de Emergência e o recolher obrigatório, tendo decidido que o recurso ao teletrabalho só será utilizado quando estritamente necessário.

Continuamos a achar todos que tem de ser aplicado o Estado de Emergência", assinalou o presidente da Proteção Civil Distrital do Porto e autarca de Gondomar, Marco Martins, no final da reunião com os 18 autarcas do distrito do Porto e com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho e o secretario de Estado da Mobilidade e coordenador Regional Norte da covid-19, Eduardo Pinheiro.

Marco Martins lembrou que na semana passada já tinha pedido que fosse instituído o recolher obrigatório no distrito e decretado o encerramento da restauração após o jantar.

Apesar das medidas anunciadas pelo Governo seguirem neste sentido, o autarca, considera, contudo, que são necessárias mais medidas a ser definidas mediante a evolução da pandemia na região.

De acordo com o autarca de Gondomar, apesar de na região, os casos positivos de covid-19 estarem a baixar há cinco dias seguidos, os números no Norte do país "são preocupantes", onde há, segundo os dados atualizados da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) 1.024 doente com covid-19 internados, 174 em cuidados intensivos, 110 surtos ativos na comunidade 110 ativos e 44 em lares.

Para os autarcas, a grande preocupação reside atualmente na resposta dos hospitais, cuja capacidade deverá ser reforçada, entre medidas, através da contratação de camas no privado.

O Hospital Militar do Porto que tinha capacidade para 20 doentes covid-19 vai passar para 47 e quanto aos privados, há pelo menos 30 doentes infetados no Hospital Fernando Pessoa, em Gondomar, enviados pela ARS-N que está a diligenciar para contratar mais privados, ou seja, ainda hoje ou amanhã haverá mais privados que vão receber doentes", revelou.

O autarca referiu também que a estrutura do Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde, que vai receber doentes com covid-19, já está ativa e adiantou que ao contrário do que estava previsto, a estrutura para "negativos", na Pousada da Juventude, no Porto, está a ser montada devendo ficar operacional durante fim de semana.

Em 27 de outubro, em resposta à Lusa, o gabinete de Eduardo Pinheiro tinha adiantado que a Pousada da Juventude do Porto podia começar, a partir de 01 de novembro, a receber pessoas com teste negativo à covid-19.

Na reunião, os autarcas do distrito do Porto decidiram ainda que as feiras e mercados vão manter-se abertos, com a exceção de feiras de usados, e que o recurso ao teletrabalho nestes concelhos será apenas utilizado quando estritamente necessário.

Relativamente aos hipermercados e centros comerciais e aos restaurantes vão poder estar abertos até ao horário máximo - 22:00 e 22:30 para restaurantes. Vão reabrir as feiras todas com a exceção das feiras de segunda mão, feira de trocas e de usados e quanto ao teletrabalho vai ser somente para os casos em que seja necessário", revelou o presidente da Proteção Civil Distrital do Porto.

No caso do Porto, esclareceu o autarca, a feira do Cerco, não se vai realizar devido, mas devido a obras que decorrem no local.

Em declarações à Lusa, Marco Martins, explicou que no caso do teletrabalho houve uma preocupação "grande" das autarquias em assegurar os serviços à população.

Na reunião foi ainda reportadas ao Governo as dificuldades sentidas pelos cidadãos em vigilância ativa no contacto com as autoridades de saúde que, "por excesso de trabalho demoram imenso tempo a ligar".

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