DGS pede aos portugueses que não adiem vacinas, "caso contrário, podem surgir outros surtos" - TVI

DGS pede aos portugueses que não adiem vacinas, "caso contrário, podem surgir outros surtos"

Graça Freitas

Na conferência de imprensa diária sobre o balanço da pandemia de Covid-19 em Portugal, Graça Freitas decidiu falar sobre um tema que não está diretamente relacionado com a pandemia: o programa de vacinação nacional. A diretora-geral da Saúde relembrou e pediu que as pessoas não adiem as vacinas, uma vez que estas permitem "eliminar e controlar doenças graves no país"

Graça Freitas decidiu falar sobre um tema que não está diretamente relacionado com a Covid-19: o programa de vacinação nacional. A diretora-geral da Saúde relembrou e pediu que as pessoas adiem as vacinas, uma vez que estas permitem "eliminar e controlar doenças graves no país"

Não adie, de forma alguma, a vacinação. Caso contrário, podemos ter outros surtos", alertou na conferência de imprensa diária sobre o balanço da pandemia de Covid-19 em Portugal.

Fez uma chamada de atenção especial às grávidas: "Devem vacinar-se contra a tosse convulsa. A vacinação não deve ser adiada além das 28 a 38 semanas de gestação"

Numa fase em que temos Covid-19, e para evitar aglomerações, é preferível marcar a vacinação. Mas, se não for possível, não adie, vá presencialmente à unidade de saúde porque eles estão a prestar cuidados protegidos e não covid”, afirmou.

A responsável pediu às pessoas que “não adiem a vacinação”, nomeadamente nas crianças até aos 12 meses, que com as vacinas do plano nacional podem ficar protegidas de doenças como o sarampo, a rubéola ou formas graves de meningite.

E todos sabemos como sarampo é traiçoeiro. Nenhuma criança ou adulto com vacina do sarampo em atraso deve continuar com a vacina em atraso”, vincou.

Também a vacina da BCG, “embora seja recomendada apenas a criança de risco”, também não pode ser esquecida, para “evitar formas graves de tuberculose”.

Porque é que a região Norte concentra o maior número de casos infetados e mortos?

Questionada sobre o porquê da região Norte ser a mais afetada do país - a liderar o número de casos infetados e de mortos - Graça Freitas explicou que isso se deveu à grande movimentação de empresários dessa região para a zona da Lombardia, em Ítália, e que isso gerou várias cadeias de transmissão. 

Soubemos todos desde o primeiro dia que foi na região Norte que existiu um grande número de casos importados. Foi de facto uma grande coincidência existir uma grande movimentação de pessoas e de empresários da região Norte para a zona da Lombardia na altura em que começou com o surto".

Nesse sentido, a diretora-geral da Saúde disse que os casos se expandem muito mais rapidamente "quando o núcleo inicial de casos é muito grande", independentemente das "medidas de contenção que se tentem tomar"

O que poderá explicar esta situação epidemiológica na região Norte foi de facto a forma como se criaram cadeias de transmissão e, portanto, focos de transmissão comunitários", acrescentou. 

Mais de 200 empresas disponíveis para produzir máscaras comunitárias "já esta semana"

António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, anunciou que mais de 200 empresas mostraram vontade de avançar com a produção de máscaras comunitárias em Portugal. Máscaras essas que a Direção-geral da Saúde (DGS) recomendou que toda a população usasse em espaços fechados e com elevado número de pessoas.

Lacerda Sales disse ainda que o Infarmed publicou, esta terça-feira, as especificações técnicas que vão permitir avançar para essa produção, que poderá ter início "já esta semana".

Quanto às máscaras de utilização comunitária, o Infarmed publicou hoje as especificações técnicas para produção destas máscaras pela indústria. Mais de 200 empresas mostraram vontade de avançar com a produção e algumas estão em condições de o fazer já esta semana”.

A Linha SNS 24  “continua a ser a porta preferencial de entrada de infetados no SNS", atende cerca de 11 mil pessoas por dia, realçou o secretário de Estado. 

Lacerda Sales referiu ainda que desde 1 de março foram realizados “mais de 190 mil testes” o que representa “uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes”.

O aumento de testagens não se refletiu num aumento proporcional de testes positivos, o que é, garantidamente, um bom indicador”.

O governante notou que, desde 1 de abril, o país está a aproximar-se de “uma média de 10 mil testes por dia”, tendo “hoje uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes, superando países como a Alemanha e a Áustria”.

Disse também que o país atravessa uma “fase decisiva” de combate à pandemia, nomeadamente devido à “exaustão e cansaço” provocados pelo confinamento social.

É o momento em que temos de ser mais resilientes”, destacou.

Hospitais e centros de saúde garantem segurança a doentes não infetados

O secretário de Estado da Saúde insistiu que os doentes “não Covid-19” que necessitem de cuidados se desloquem aos hospitais ou centros de saúde, evitando agravar patologias, porque a segurança dos espaços está garantida.

Apelo aos doentes crónicos, oncológicos, hipertensos ou diabéticos que não tenham medo de se dirigir aos serviços de urgência, aos centros de saúde, ao hospital ou ligar para a linha SNS24”, disse Lacerda Sales na conferência de imprensa diária a propósito da pandemia por covid-19, realizada no Ministério da Saúde.

Várias notícias dão conta do receio manifestado por doentes, que não têm a doença covid-19, de se dirigirem às unidades de saúde com receio de serem infetados pelo novo coronavírus.

Se tiveram de recorrer a um hospital não tenham medo porque os circuitos e os fluxos estão perfeitamente definidos e existem medidas estritas e muito rigorosas de segurança onde podem e devem ser assistidos os doentes não Covid-19”, assegurou o secretário de Estado.

número de mortes por Covid-19 em Portugal subiu para 567 nas últimas 24 horas, anunciou a DGS, nesta segunda-feira. São mais 32 mortos do que no balanço anterior.

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