DGS já recomenda uso de máscaras em espaços fechados - TVI

DGS já recomenda uso de máscaras em espaços fechados

A Direção-geral da Saúde adotou a norma norma do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. Marta Temido disse ainda que foram realizados mais testes de Covid-19 nos primeiros dias de abril, do que em todo o mês de março e que o tempo de espera na Linha SNS 24 é de 30 segundos

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) definiu uma norma que recomenda o uso de máscaras comunitárias por toda a população em espaços fechados e com um número elevado de pessoas. A Direção-geral da Saúde (DGS) adotou esta norma e vai publicá-la ainda esta segunda-feira.

De acordo com o princípio básico da precaução em saúde pública e face à ausência de efeitos adversos associados ao uso de máscara, pode ser considerada a sua utilização em espaços interiores, fechados e com um número elevado de pessoas" como supermercados, lojas e transportes público, exemplificou Marta Temido, na habitual conferência de imprensa sobre o balanço da pandemia de Covid-19 em Portugal. 

A ministra da Saúde ressalvou que o uso de máscaras na comunidade constitui “uma medida adicional e suplementar” às já existentes, como o distanciamento social e lavagem das mãos.

Nesse sentido, explicou que existem três tipos de mácaras: respiradores (FFP), destinado a profissionais de saúde; máscaras cirúrgicas, que previnem disseminação de agentes infecciosos; e as máscaras não cirúrgicas ou máscaras comunitárias.

Marta Temido salientou que a questão das máscaras está “completamente alinhada” com o CEPCD, que no dia 8 de abril apresentou um conjunto de argumentos sobre o uso deste equipamento.

Disse ainda que essas máscaras, feitas de algodão ou de outro tecido têxtil, vão ser generalizadas à população quando o país regressar à normalidade.

Foram realizados mais testes nos primeiros dias de abril, do que em todo o mês de março

A ministra da Saúde referiu que desde 1 de março foram realizados 179 mil testes para Covid-19 em Portugal, sendo 9 de abril o dia recorde do número de testes, cerca de 11.900.

Durante os primeiros dias de abril, realizámos mais testes do que durante todo o mês de março".

Anunciou ainda que o tratamento não urgente de doentes que não estão infetados com o novo coronavírus vai ser retomado "em segurança nas próximas semanas"

Tempo de espera na Linha SNS 24 é de 30 segundos 

A linha telefónica SNS 24 tem estado “a funcionar com normalidade” nos últimos dias e o tempo de espera no domingo foi de cerca de 30 segundos, garantiu Marta Temido.

A linha de saúde 24 continua a funcionar com normalidade, uma tendência que se tem mantido nos últimos dias. Ontem [domingo] tinha recebido 10.943 chamadas, são chamadas de todo o tipo não apenas por Covid-19”.

A ministra adiantou que, no total, a linha SNS 24 atendeu 9.903 chamadas no domingo e que a generalidade dos utentes esperou 30 segundos.

Avançou ainda que a linha de atendimento psicológico registou quase 230 chamadas entre cidadãos em geral e profissionais envolvidos no combate à pandemia.

Capacidade instalada ainda não atingiu o máximo do seu potencial

A capacidade instalada ao nível hospitalar ainda não atingiu o máximo do seu potencial, o que reflete a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, afirmou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Em relação à capacidade instalada e à ocupação, os dados que nós temos e que recolhemos diariamente indicam que de facto ainda não foi atingido o máximo do nosso potencial, o que também reflete a evolução da epidemia”, afirmou Graça Freitas na conferência de imprensa diária sobre Covid-19 em Portugal.

Segundo a diretora-geral da Saúde, Portugal tem tido um crescimento diário do número de casos confirmados que “não é muito acentuado”.

Não podemos ficar descansados nunca com estes números, mas de facto estamos num planalto e não houve ainda necessidade de expandir a capacidade instalada que tem sido até a data suficiente para dar resposta”, declarou.

Graça Freitas afirmou que o Ministério da Saúde se mantém “muito atento a estes números” e que é preciso tentar voltar à normalidade, “mas sempre monitorizando o que é voltar à normalidade com a evolução da epidemia. Portanto há aqui sempre balanço que tem que ser feito”.

A ministra da Saúde falou sobre a questão dos ventiladores, afirmando que, “neste momento, ainda não houve nenhuma situação que não tenha sido possível ser resolvida por articulação” entre os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e pela Comissão de Resposta em Medicina Intensiva a Covid-19.

Houve situações de maior constrangimento no Hospital de Aveiro”, mas “a situação na altura ficou ultrapassada com outros hospitais da rede SNS”, sublinhou.

Levantamento do cordão sanitário em Ovar só quando houver certezas

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que a decisão sobre o levantamento do cordão sanitário no concelho de Ovar só será tomada quando se tiver a certeza de que se está “a ir no sentido certo”.

Questionada na conferência de imprensa diária da DGS sobre como é que justifica que se mantenha há 26 dias o cordão sanitário no concelho de Ovar, Marta Temido disse que há uma avaliação epidemiológica que é feita pelas autoridades locais e regionais.

Essa avaliação, explicou, é transportada através da Direção-Geral da Saúde para o Ministério da Saúde, que articula com o ministro da Administração Interna e com as demais entidades.

[Isto leva] a que ainda estejamos perante esta situação que, obviamente, todos queremos que tenha uma limitação temporal o mais curta possível, mas que não vamos optar por alterar sem ter a certeza de que estamos a ir no sentido certo”, afirmou a ministra da Saúde.

Passos no combate à pandemia devem "pequenos, mas seguros"

Questionada sobre o pedido por parte de vários setores da sociedade para um regresso controlado do funcionamento da economia, defendeu que se devem dar “passos pequenos, mas seguros” no combate à pandemia, que devem ser ponderados “muito cautelosamente” para não se perderem os resultados obtidos. 

Todos percebemos que temos que ter neste momento uma preocupação de dar passos pequenos, mas seguros, temos tido resultados que classificaria como encorajadores na forma como temos gerido a pandemia, não obstante o número de óbitos que sempre se lamentam e as enormes dificuldades pelas quais temos passado”, disse a governante.

Portanto, vincou, “não queremos de todo em todo perder aquilo que foram os resultados adquiridos e temos que ponderar muito cautelosamente todos os passos que damos”.

O número de mortes por Covid-19 em Portugal subiu para 535 nas últimas 24 horas, anunciou a DGS, nesta segunda-feira. São mais 31 mortos do que no balanço anterior, o que representa um aumento de 6,2%, de acordo com o boletim epidemiológico.

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