Especialista alerta para pressão sem paralelo no SNS: "Temos de pôr o travão a fundo" - TVI

Especialista alerta para pressão sem paralelo no SNS: "Temos de pôr o travão a fundo"

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 12 jan 2021, 22:36

O infeciologista sublinhou ainda o perigo da nova variante do vírus que entrou em circulação em Portugal e que conta já com 34 casos ativos conhecidos

Fernando Maltez, médico infeciologista e coordenador do serviço de infeciologia do hospital Curry Cabral, afirmou esta terça-feira na TVI24 que o Serviço Nacional de Saúde está a viver um momento de pressão sem “precedentes” devido ao “aligeirar das medidas”, durante a época do Natal.

Estamos a assistir a um número de novos casos diários e a uma pressão que não tem paralelo com nenhum dos momentos vividos há doze meses”, frisou o infeciologista. “Houve aqui um descontrolo provocado pelo aligeirar das medidas restritivas durante o período natalício.”

O especialista alertou ainda para o perigo da nova variante do vírus que entrou em circulação em Portugal e que conta já com 34 casos ativos conhecidos. A estirpe em causa foi descoberta em setembro no Reino Unido e, desde então, já se tornou a estirpe predominante no país.

Não sabemos ainda a total extensão da nova variante”, alertou.

Sobre o que poderá ter corrido mal, Fernando Maltez apontou o dedo à decisão de aligeirar as restrições durante o período do Natal, sublinhando que, no entanto, compreende que o primeiro-ministro tenha querido “premiar” os portugueses, após um ano de muitos sacrifícios.

O mal está feito. Temos de pôr um travão a fundo. No entanto, acho que o confinamento já podia ter começado mais cedo, há nove ou dez dias atrás”, salientou.

Após a reunião do Infarmed desta terça-feira, os especialistas afirmaram que o pior ainda estará para vir e que o número de infetados deverá ainda atingir os 14 mil por dia. O infeciologista sublinha que o SNS está já “muito esticado” e que os serviços terão de se organizar “o melhor possível”.

Não direi que há rutura, mas já há disfuncionalidade. A grande dificuldade são os recursos humanos”, contou.

O primeiro-ministro aponta um mês de confinamento, já o especialista descarta prazos feitos e aponta para os números como o guia das decisões que deverão ser tomadas a esse respeito.

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