"Estamos no mês mais crítico desta pandemia. Não podemos vacilar" - TVI

"Estamos no mês mais crítico desta pandemia. Não podemos vacilar"

  • Sofia Santana
  • atualizada às 14:07
  • 3 abr 2020, 13:15
António Lacerda Sales

Na conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica no país, esta sexta-feira, o secretário de Estado da Saúde apelou à população para "não vacilar" no isolamento social

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que abril é "o mês mais crítico" da pandemia de Covid-19 em Portugal. Na conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica no país, esta sexta-feira, o governante deixou um apelo: "Não podemos vacilar".

Estamos no mês mais crítico desta pandemia. A renovação do estado de emergência obriga-nos a todos a um esforço adicional na lutra contra este vírus. Não podemos vacilar", vincou.

"A maior prova da nossa união é o nosso isolamento", acrescentou.

O governante começou a sua intervenção pelos números - esta sexta-feira o número de mortos subiu para 246 e o número de infeções para 9.886 -, dando conta de que a letalidade da doença em Portugal é de 2,5% e de 10,2% nos idosos com mais de 70 anos.

O secretário de Estado deu conta das encomendas de material médico já feitas pelo Executivo: 24 milhões de máscaras cirúrgicas que devem chegar até ao final de abril e 1,8 milhões de máscaras PPF2 que devem chegar até ao final de maio.

Mas as empresas nacionais são também chamadas a contribuir e, segundo o governante, cerca de 100 empresas já se inscreveram para produzir máscaras e zaragatoas numa plataforma do Ministério da Saúde dedicada apenas a assuntos sobre a pandemia.

Contaremos também com a produção interna. A indústria nacional tem mostrado a sua capacidade produtiva e saudamos essas empresas. (...) As empresas podem inscrever-se para produzir máscaras e zaragotoas. Neste momento, estão inscritas 100 empresas, que aguardam a validação das autoridades competentes."

António Lacerda Sales vincou que "aumentar a capacidade de testagem" e "diligenciar o tempo de resposta"  são também prioridades para o Governo.

O governante disse que “entre 1 de março e 1 de abril foram processadas cerca de 86 mil amostras para Covid-19”. Em apenas um dia, no dia 1 de abril, foram processadas cerca de 7.900 amostras.

 

Muitos dos doentes que morreram tinham doenças associadas

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Feitas, disse que muitos dos doentes que morreram de Covid-19 tinham várias doenças associadas e que as mais comuns são do aparelho cardiocirculatório, doenças respiratórias, a diabetes e doença renal crónica.

A maior parte destas pessoas [que morreram] além do fator idade tem várias doenças e habitualmente têm mais do que uma doença. A maior parte delas têm três doenças”, acrescentou.

 

Graça Freitas adiantou também que, “entre a data do início de sintomas e a data do óbito, em média, decorreram oito dias”.

Segundo a responsável, também já é possível traçar uma mediana em relação aos doentes que morreram com covid-19, nas mulheres a média é de 85 anos e nos homens é de 80 anos.

Continue a ler esta notícia