Fórmula 1: "Não me parece que a situação tenha sido catastrófica", diz DGS - TVI

Fórmula 1: "Não me parece que a situação tenha sido catastrófica", diz DGS

Graça Freitas lembrou que o Algarve tem sido, desde início da pandemia, uma região muito pouco afetada e hoje, de acordo com o boletim, foi "de longe a que teve menos casos"

Depois da onda de indignação relativamente ao número de espectadores que marcaram presença no Grande Prémio de Fórmula 1, em Portimão, Graça Freitas desvalorizou dizendo que a maior parte das bancadas cumpriu as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS). 

Não me parece que a situação tenha sido catastrófica. (...) a maior parte das bancadas cumpriu as regras", assegurou na habitual conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica em Portugal.

Graça Freitas lembrou que o Algarve tem sido, desde início da pandemia, uma região muito pouco afetada e hoje, de acordo com o boletim, foi "de longe a que teve menos casos"

Referiu que a DGS tinha duas grandes preocupações sobre o Grande Prémio de Fórmula 1: a gestão feita por parte das unidades hoteleiras, por causa do número elevado de pessoas que se iriam alojar no Algarve; e ainda as condições do autódromo para as receber. No entanto, garantiu, as bancadas "eram muito fáceis de aceder", o que evitava aglomerações nas entradas. 

Fez questão de salientar que as bancadas tinham sido divididas por setores, com número limitado de pessoas e com distanciamento, e que a maior parte cumpriu as regras, mas, ressalvou, "a responsabilidade é dos cidadãos"

Se há um autocolante a pedir para a pessoa não se sentar, era bom que não se sentasse”.

 

A DGS faz recomendações, cabe aos cidadãos cumprir”, acrescentou. 

Graça Freitas referiu ainda que o número de lugares foi reduzido "em milhares e milhares" e, na sua perspetiva, não vai surgir nenhum "acontecimento dramático", dando como exemplos a Festa do Avante!, que "correu muito bem", e as celebrações do 13 de outubro. 

Testes rápidos utilizados a partir de 9 de novembro 

A diretora-geral da Saúde anunciou, esta segunda-feira, que os testes rápidos de antigénio (TRAg) vão começar a ser utilizados a partir do dia 9 de novembro, "de forma a que todos os intervenientes tenham tempo de se adaptar".

Os objetivos são dois: reduzir e controlar a disseminação da doença; e prevenir e mitigar o impacto da doença no sistema de saúde, nos seus serviços e nas populações mais vulneráveis.

A "grande vantagem" dos testes rápidos "é exatamente a rapidez", já que "oferecem a quem está no terreno, aos médicos e às equipas de saúde, resultados rápidos, que permitem implementar mais precocemente medidas de saúde pública", frisou.

Graça Freitas reforça que os testes rápidos só devem ser utilizados em três situações:

  1. Em pessoas sintomáticas, sendo que, o teste, tem de ser feito nos primeiros cinco dias de sintomas, porque é quando a carga viral é mais alta. E relembrou que pessoas com sintomas, não significa que estejam infetadas. O resultado do teste é que determinará isso mesmo;
  2. Em pessoas sem sintomas, mas em situações muito concretas, nomeadamente, em surtos; 
  3. Em rastreios periódicos aos profissionais de saúde, em contexto de maior risco de exposição. 

Chamou ainda a atenção para o facto de um teste rápido negativo, não dispensar a realização de um teste molecular para confirmar o resultado.

Portanto, um teste de antigénio rápido negativo numa pessoa fortemente suspeita obriga [a] que [se] faça um teste PCR", sublinhou.

Questionada do porquê de as autoridades de saúde só agora adotarem este sistema dos testes rápidos, a responsável explicou que estes têm sido aperfeiçoados ao longo do tempo e só agora é que o Infarmed, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e a DGS concordaram que era um instrumento seguro. 

Estes testes são o resultado da evolução do conhecimento, já andamos há muito tempo a ouvir falar de testes rápidos", mas "só agora temos disponíveis no mercado testes rápidos com boa sensibilidade e boa especificidade".

Taxa de testes positivos situa-se nos 9,8%

Atualmente, a taxa de positividade situa-se nos 9,8% do total de testes realizados. Graça Freitas afirmou que se trata de um valor superior ao da primeira vaga, todavia, acautelou que nunca se testou tanto como agora.

Nunca se testou tanto, e essa taxa é superior à que existiu inicialmente, desde que começámos a ter uma utilização mais maciça de testes”, disse, sublinhando que esta taxa de positividade agrega pessoas com sintomas e sem sintomas, contactos próximos de doentes e testes feitos em rastreios.

Graça Freitas explicou que, numa fase muito inicial e quando se faziam poucos testes e apenas a pessoas fortemente suspeitas, os valores “eram bastantes elevados” devido ao número muito reduzido de testes.

À medida que fomos alargando o número de testes, esse número foi diminuindo e agora volta a estar elevado porque temos de facto muitos casos”, sustentou.

A taxa de positividade dos testes de diagnóstico à covid-19 foi em agosto a mais baixa desde o início da pandemia, ao registar 2,8%.

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