A prevalência da variante Delta do novo coronavírus disparou para 89,1% dos casos, em Portugal, até ao final do mês de junho, segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Há uma semana, esta variante representava "apenas", 55,6% dos casos no país.
De acordo com o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, divulgado pelo INSA, a variante Delta, apresentou um forte aumento em todas as regiões do país, com particular destaque para as regiões do Norte, que viram a percentagem de casos da variante Delta disparar dos 17,7%, para 71,1%, do início do mês de junho até ao dia 27 do mesmo mês.
No mesmo sentido, a Região Autónoma da Madeira passou de 12,5% para 71,1% no mesmo período. Já os Açores viram a frequência relativa da mutação Delta subir de 0,0% para 64,7%.
Frequência relativa semanal da variante Delta, Junho 2021 |
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Região |
Semana 22 (31 de maio a 6 de junho) |
Semana 23 (7 de junho a 13 de junho) |
Semana 24 (14 de junho a 20 de junho) |
Semana 25 (21 de junho a 27 de junho) |
Norte |
17,7% |
38,3% |
51,0% |
71,1% |
Centro |
84,6% |
62,5% |
85,7% |
85,7% |
Lisboa e Vale do Tejo |
68,2% |
79,3% |
87,0% |
97,1% |
Alentejo |
88,2% |
95,7% |
73,1% |
100,0% |
Algarve |
48,0% |
78,6% |
90,0% |
93,3% |
Açores |
0,0% |
1,8% |
16,7% |
64,7% |
Madeira |
12,5% |
20,0% |
50,0% |
85,7% |
Do total de sequências da variante Delta analisadas, 55 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike, sublinha o instituto.
O relatório do Instituto Ricardo Jorge dá ainda conta de que a frequência relativa das variantes Alpha (B.1.1.7), Beta (B.1.351) e Gamma (P.1). A primeira, associada ao Reino Unido, “continua com o seu forte decréscimo de frequência a nível nacional”, apresentando uma frequência relativa de 9.8% até ao final do mês de junho. O mesmo se passa com a variante Beta e Delta.
A frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), respetivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente”, destaca o INSA.
De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), dá ainda conta de dois casos da variante "Lambda", detetada em dezembro no Peru, um registado em abril e outro no início do mês de junho.
A variante Lambda (C.37), com circulação vincada nas regiões do Peru e do Chile, foi detetada em apenas dois casos em Portugal, desde abril de 2021", pode ler-se no relatório do INSA.
Entre outras variantes de interesse já detetadas em Portugal, o instituto aponta a circulação da variante com a linhagem B.1.621, detetada inicialmente na Colômbia, a qual apresentou frequências relativas entre 1% e 0.4%, assim como a Lambda, com circulação vincada no Peru e do Chile, a qual foi detetada em apenas dois casos em Portugal, desde abril deste ano.
O INSA já analisou 10.824 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 288 concelhos de Portugal.
Em junho, o instituto anunciou um reforço da vigilância das variantes do vírus que causa covid-19 em circulação em Portugal, através da sua monitorização em contínuo.
Esta nova estratégia permite uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados, essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela saúde pública.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.118 pessoas e foram registados 892.741 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.