Governo dos Açores investiga Santa Casa e administradores de hospital sobre vacinação indevida - TVI

Governo dos Açores investiga Santa Casa e administradores de hospital sobre vacinação indevida

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  • 19 fev 2021, 14:19
Vacinação contra a covid-19 nos Açores

No início de fevereiro, a TVI divulgou listas para a vacinação contra a covid-19 da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo que denunciavam casos de vacinação indevida

 O Governo dos Açores está a investigar a Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, a unidade semelhante da Lagoa e o anterior conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada sobre eventuais irregularidades no processo de vacinação.

A revelação foi feita esta sexta-feira pelo secretário Regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Assuntos Sociais sobre o processo de vacinação na região.

Em 8 de fevereiro, o governante tinha anunciado a realização de uma ação inspetiva por parte da Inspeção Regional da Saúde ao processo de vacinação contra a covid-19 na região, para apurar a existência de irregularidades. Este anúncio foi feito na sequência de notícias sobre alegadas ilegalidades na vacinação na Santa Casa da Misericórdia de Angra de Heroísmo.

Além de apontar a Santa Casa de Angra, Clélio Meneses indicou também a Santa Casa da Misericórdia da Lagoa e o antigo conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada, exonerado em janeiro.

Na audição , o secretário Regional da Saúde sublinhou que "todas as orientações” sobre como proceder no âmbito do processo de vacinação eram conhecidas em 30 de dezembro pelas instituições.

Clélio Meneses referiu que, após a circular normativa que estabeleceu as “normas e regras” sobre a vacinação nos Açores, foi promovido um “reforço de clarificação de dúvidas a 04 de fevereiro”, tendo lamentado o que diz ser a “má fé” e “aproveitamento político” da parte do PS.

No início de fevereiro, a TVI divulgou listas para a vacinação contra a covid-19 da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo (SCMAH), na ilha Terceira, em que eram incluídos os nomes de quatro pessoas da mesa da instituição, incluindo o provedor, e uma declaração de consentimento assinada pela vice-provedora, que, entretanto, foi nomeada diretora regional para a Promoção da Igualdade e Inclusão Social.

Posteriormente, em conferência de imprensa, o provedor da instituição, António Bento Barcelos, disse que, da mesa da instituição, apenas a vice-provedora foi vacinada contra a covid-19 e por existirem “doses sobrantes em risco de se perderem” num curto espaço de tempo.

Entretanto, a TVI divulgou também declarações de consentimento de uma jurista e de um informático da mesma instituição.

 

Em 9 de fevereiro, a diretora regional para a Promoção da Igualdade e Inclusão Social dos Açores, Lucília Fagundes, apresentou a sua demissão, na sequência das notícias que davam conta de ter sido vacinada contra a covid-19.

Clélio Meneses, ainda em sede da comissão parlamentar, referiu que no caso da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na lista de vacinação da instituição “não constavam mesários, mas funcionários”.

 

O deputado socialista Berto Messias considerou que “se dúvidas haviam antes da audição estas persistam e, nalguns casos, adensam-se”, tendo apontando uma “postura de falta de humildade e dificuldade de lidar mal com a critica e a discordância” por parte do titular da pasta da saúde, lamentando termos como “ruído, equívoco, má fé e má vontade”.

O parlamentar considerou que as instituições particulares de solidariedade social “foram enviadas para uma névoa de suspeição inaceitável e injusta pelo facto de as orientações do ano passado, emanadas pela direção regional da Saúde e Governo Regional, não serem, de todo, claras”.

Clélio Meneses considerou que abomina “profundamente este estilo de política”, considerando a intervenção do deputado socialista “mais um exemplo de ruído” e um “puro e duro ataque pessoal”.

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