INEM vacina administradores, diretores, assessores e informáticos - TVI

INEM vacina administradores, diretores, assessores e informáticos

DGS destinou vacinas aos profissionais considerados prioritários. Instituição diz que alargou a outros para não desperdiçar doses

O INEM começou a vacinar toda a gente na instituição contra a covid-19, independentemente da missão ou da exposição ao vírus de cada funcionário ou alto funcionário.

Para além de médicos, enfermeiros e tripulantes de ambulâncias, estão em causa também largas dezenas de administrativos.

A TVI sabe que se trata, por exemplo, de todos os administradores, diretores, técnicos e técnicos superiores, de todos os elementos do gabinete de comunicação, informática e recursos humanos, assessores jurídicos e demais funcionários, da segurança à limpeza dos edifícios do INEM.

No site da DGS, é possível constatar que a vacinação no INEM começou no início do ano e era destinada a profissionais prioritários.

“O Instituto Nacional de Emergência Médica iniciou, em 4 de janeiro, a vacinação contra a covid-19, tendo recebido para o efeito um total de 1.174 vacinas destinadas a profissionais prioritários”.

A TVI contactou o INEM para perceber qual o critério que utilizaram para definir quem são os profissionais prioritários. Segundo esta instituição, o grupo de profissionais a quem se dirigiam as 1.174 vacinas eram todos profissionais de saúde.

No entanto, ainda segundo o INEM, foram "identificados profissionais de saúde que não preenchiam os critérios para poderem receber a primeira dose da vacina", nomeadamente por já terem tido covid-19, ou apresentarem sintomas.

Assim sendo, diz o INEM, e como as vacinas estavam a ser administradas em delegações regionais desta instituição, as doses que sobravam, para não serem "desperdiçadas", foram administradas a mais 92 profissionais, "que dão suporte à atividade de Emergência Médica".

"Os prazos estipulados para administração das vacinas após descongelação e diluição, bem como a logística de todo este processo de vacinação, nomeadamente a exigência de condições de assepsia na sua preparação, não permitiriam a administração destas doses sobrantes a pessoas externas, e em ambientes externos ao INEM", diz a instituição, em resposta enviada à TVI.

O INEM garante ainda que "cedeu" a centros de saúde os frascos que não chegaram a ser abertos.

Como está a ser noutra instituição de saúde?

A TVI contactou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para perceber como esta instituição está a gerir um processo semelhante.

"Estão a ser vacinados cerca de 10% de funcionários/colaboradores do INSA, tendo sido aplicados os critérios de inclusão na 1ª fase do Plano Nacional de Vacinação, em particular profissionais de saúde envolvidos, estritamente, no diagnóstico da infeção SARS-CoV-2, e na prestação direta de cuidados de saúde, assim como elementos envolvidos, diretamente, na vigilância epidemiológica da COVID-19 e na resposta nacional à pandemia", explica o INSA.

Ou seja, no caso do INSA, os profissionais que estão a ser já vacinados têm de ter ligação direta ao combate à pandemia.

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