Médicos Sem Fronteiras: lares têm planos de contingência mas não são cumpridos - TVI

Médicos Sem Fronteiras: lares têm planos de contingência mas não são cumpridos

Organização médico-humanitária está a prestar apoio e a dar formação, desde 11 de abril, em alguns lares de idosos

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) dizem ter encontrado várias lacunas na resposta dos lares de idosos à pandemia de Covid-19, apesar de todos terem planos de contingência em curso.

A organização médico-humanitária está, desde o passado dia 11, a prestar apoio e a dar formação em alguns lares de idosos do país, tanto a nível presencial como virtual, e deparou-se não só com "escassez de materiais de proteção adequados""carências de formação necessária para o uso desses equipamentos", mas também com a falta de zonas "para reduzir o risco de propagação do novo coronavírus", sublinham em comunicado enviado à TVI.

Estas lacunas foram encontradas em 14 lares de idosos, entre Lisboa e Coimbra.

Os mais vulneráveis nesta epidemia são os nossos idosos, pelo que merecem a maior atenção e de forma urgente. São os que necessitam de mais proteção e não devem ser excluídos nem discriminados pela idade”, frisou João Antunes, representante da MSF Portugal.

Segundo, os MSF, apesar de "a maior parte das estruturas visitadas (...) apresentar um plano de contingência definido e adaptado" à pandemia da Covid-19, "nem sempre se verifica adaptabilidade e aplicabilidade desse mesmo plano à estrutura fisica existente".

Ou seja, a organização deparou-se com falta de equipamentos de proteção individual, uso incorreto dos equipamentos e "falta de correto isolamento de
paciente suspeito e/ou confirmado".

Em muitas visitas, registou-se que a definição de circuitos nem sempre é clara e consequente com o plano de contingência", apontou João Antunes.

Os Médicos Sem Fronteiras estão, por isso, "a partilhar ferramentas de formação com os funcionários (...) sobre o manuseamento dos equipamentos de proteção individual (EPI), protocolos de higiene e de desinfeção, e também sobre os circuitos necessários para reduzir o risco de propagação do novo coronavírus, com a criação de zonas diferenciadas para pacientes com e sem Covid-19, assim como circuitos para funcionários, para que não exista contágio entre uns e outros".

Mas não são apenas os lares de idosos que necessitam de apoio. De acordo com os MSF também os serviços de apoio domiciliário precisam de ajuda  para aplicar as diretivas da Direção-Geral da Saúde.

Em Portugal, a pandemia de Covid-19 fez já 762 mortos e mais de 21.000 infetados. Um terço das vítimas mortais são residentes de lares.

 

 

 


 

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