Nova variante pode chegar a 60% dos portugueses infetados em duas semanas - TVI

Nova variante pode chegar a 60% dos portugueses infetados em duas semanas

Estudo do Instituto Ricardo Jorge e da Unilabs Portugal aponta que a prevalência atual é de 13,3%, mas vai escalar rapidamente. Estes números servirão de base a eventuais novas medidas, conforme avançou António Costa

A nova variante do SARS-CoV-2, identificada no Reino Unido, poderá afetar 60% da população infetada em Portugal na primeira semana de fevereiro, segundo o estudo do Instituto Ricardo Jorge e da Unilabs Portugal, a que a TVI teve acesso.

Segundo o mesmo estudo, a prevalência desta variante no país aumentou de 5,8% (na semana que começou a 30 de novembro) até 13,3% (na semana que terminou a 17 de janeiro).

"Se o ritmo do aumento da frequência desta variante for o previsto no estudo, na primeira semana de fevereiro, a variante do Reino Unido pode representar cerca de 60% de todos os testes positivos no país", pode ler-se no estudo.

Recorde-se que o Governo vai reunir-se ainda hoje com epidemiologistas e que amanhã há Conselho de Ministros. António Costa já admitiu que, se a prevalência desta nova estirpe for muito elevada, serão tomadas novas medidas, inclusivamente o eventual encerramento das escolas. 

O mesmo estudo permitiu confirmar que a variante do Reino Unido "aumenta a probabilidade de as pessoas que foram infetadas com a variante desenvolverem maiores cargas virais".

O estudo do Instituto Ricardo Jorge e da Unilabs Portugal aponta ainda que a maioria das amostras detetadas da nova variante encontram-se na região Norte.

Os autores deste estudo sublinham que "os testes que serviram de base ao relatório representam apenas uma fração dos testes realizados em todo o país".

Nas sete semanas em análise, entre 30 de novembro e 17 de janeiro, a Unilabs realizou 134 mil testes PCR.

 

Portugal já terá 20 mil casos da variante inglesa

Portugal já terá cerca de 20.000 pessoas infetadas com a variante inglesa do coronavírus SARS-Cov-2, disse à Lusa um dos autores de um estudo realizado pelo laboratório Unilabs para o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Já identificamos mais de 1.500 amostras da estirpe inglesa. Atestando a representatividade da nossa testagem, significa que o país terá neste momento 20 mil infetados de estirpe inglesa. E isso é que explica, de facto, esta explosão (de novos casos) que nós temos tido", disse Carlos Sousa, especialista em biologia molecular e um dos autores do estudo "Vigilância em tempo real da prevalência e distribuição geográfica da estirpe inglesa do SARS-CoV-2".

De acordo com Carlos Sousa, o estudo científico extrapola que a variante do SARS-Cov-2, que provoca a doença covid-19, inicialmente detetada no Reino Unido já é "responsável por cerca de 20% das novas infeções em Lisboa e Vale do Tejo" e que "dentro de três semanas a estirpe inglesa vai afetar 60% do total de infetados".

A projeção do artigo que nós escrevemos, e que foi agora submetido [no INSA], estima que na semana cinco do (atual) confinamento - primeiras semanas de fevereiro - 60% das infeções já serão pela estirpe inglesa. Será catastrófico, porque se tivermos 14 mil casos por dia ou 15 mil infetados e se forem 60% da estirpe inglesa, então significa que teremos, por dia, cerca de 10 mil casos só de estirpe inglesa, que é cada vez mais infecciosa", adiantou.

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