"Erro" no Hospital da Cruz Vermelha permitiu a médico ser vacinado antes do tempo - TVI

"Erro" no Hospital da Cruz Vermelha permitiu a médico ser vacinado antes do tempo

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 4 fev 2021, 10:22

Manuel Pedro Magalhães explicou o caso de vacinação indevida no hospital da Cruz Vermelha

O diretor clínico demissionário do hospital da Cruz Vermelha, Manuel Pedro Magalhães, esteve, esta quinta-feira, na TVI24, onde explicou o caso de vacinação indevida que ocorreu no hospital da Cruz Vermelha, culminando na demissão do coordenador da Task Force para a vacinação contra covid-19, Francisco Ramos.

O médico revelou que, no conhecimento do hospital, apenas um médico foi vacinado indevidamente, sublinhando que a origem do erro está na atribuição da especialidade do profissional da lista e não num suposto pedido médico em questão.

Nesta lista de 229 pessoas que foram vacinadas, há um médico – o único caso de que temos consciência – da área da medicina interna que, erradamente, lhe foi atribuída a especialidade de cirurgia erradamente. E, portanto, foi chamado para ser vacinado”, explicou. 

Manuel Pedro Magalhães insistiu que o hospital da Cruz Vermelha “não ofereceu a vacina a ninguém” e que a unidade hospitalar analisou a lista elaborada de profissionais de saúde prioritários, onde se enquadram enfermeiros, médicos intensivistas e algumas especialidades, aferindo posteriormente quais os profissionais prioritários, dentro deste grupo prioritário.   

Sobre se a gravidade do caso justifica a decisão do líder da Task Force para a vacinação, Manuel Pedro Magalhães, remeteu a decisão para Francisco Ramos, frisando que “compreende o incómodo” que o médico poderá sentir.

O doutor Francisco Ramos foi um participante direto na descoberta deste caso e imagino o desconforto que lhe tenha causado. Na altura, em conversa com Francisco Ramos, tanto eu como a enfermeira-chefe pusemos imediatamente o lugar à disposição, porque percebemos que o grau de suspeição que tem havido em torno destas vacinas é de tal ordem que o doutor Francisco Ramos poderia estar sujeito a grandes pressões por causa destas circunstâncias”, revelou.

O diretor clínico reforçou que se trata apenas do “lapso” da “antecipação” de uma vacina a um médico que não era prioritário e que, no hospital da Cruz Vermelha, “não houve nenhum caso” da vacinação de familiares de pessoas na lista.

Manuel Pedro Magalhães criticou ainda as declarações de Francisco George à TVI, que acusou o hospital da Cruz Vermelha de vacinar médicos de outros serviços, explicando que no hospital existem médicos que trabalham em vários hospitais.

Nós não temos conhecimento de alguma circunstância em que algum médico tenha sido favorecido. Pelo contrário, acho até que há alguns profissionais ligados aos cuidados aos doentes, como as auxiliares que levam as refeições aos doentes ou as pessoas que fazem as limpezas que ainda não estão a ser contempladas nesta fase”, frisou.

Continue a ler esta notícia