O elevado número de imigrantes infetados com covid-19 no concelho de Odemira está a causar o afastamento das comunidades locais, nomeadamente em São Teotónio, junto à Zambujeira do Mar.
Alguns habitantes falam mesmo em racismo visível nas simples filas do supermercado e outros, simplesmente, não escondem o que sentem, falando numa "terra destruída" e desejando que "estas comunidades desaparecessem".
Sentem-se mal ao pé deles, mandam-nos afastar, principalmente nas filas dos supermercados, pensam que eles é que têm o vírus", contou uma local à TVI.
Os comerciantes recusaram prestar declarações para a câmara da TVI, por medo e por terem muitos clientes imigrantes.
O ideal é que estas comunidades desaparecessem. Ter 500 pessoas de fora tudo bem, mas assim está demais, esta terra está destruída", assumiu outra moradora.
Cerca de 80% dos 200 infetados no concelho são trabalhadores agrícolas, todos imigrantes, que estão a ser apontados pelos locais como responsáveis pelo aumento do número de casos.
Foi, entretanto, decidido avançar com uma task force só para Odemira, com o reforço dos meios de segurança e fiscalização.
A autarquia garantiu à TVI que "não se trata de um cerco", mas "um controlo mais eficaz, com um reforço efetivo".