Segunda Vaga: pode o nosso sistema imunitário virar-se contra nós no combate ao vírus? - TVI

Segunda Vaga: pode o nosso sistema imunitário virar-se contra nós no combate ao vírus?

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 16 dez 2020, 12:17

Pode o nosso sistema imunológico dar uma resposta contraproducente no combate ao vírus? Qual a percentagem dos doentes em que isso pode acontecer? Estas são algumas das perguntas respondidas, esta quarta-feira, no “Segunda Vaga”

A defesa do nosso próprio corpo contra o novo coronavírus desempenha um papel fundamental. Mas, por vezes, o nosso corpo volta-se contra ele próprio. Uma espécie de resposta excessiva ao vírus que provoca um agravamento da doença.

Luís Delgado, professor de imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, explicou como é que o nosso sistema imunitário reage, quando entra em contacto com o vírus. As chamadas “defesas naturais”, considerou, são o motivo pelo qual muitas vezes os jovens resistem à replicação inicial do vírus. No entanto, em certas situações, a resposta do sistema imunológico pode ser inadequada e virar-se contra o doente.

Em determinados indivíduos, o vírus passa das vias superiores para o pulmão profundo, e aí, quando há uma replicação intensa do vírus, a resposta do hospedeiro de tentar controlar essa grande replicação pode ser prejudicial ao próprio individuo”, sublinhou.

Ou seja, as próprias defesas do hospedeiro podem eliminar células que não têm o vírus e podem levar a “casos mais graves”, chegando a acontecer, em casos extremos, falência de outros órgãos.

O professor afirmou que este tipo de resposta imunológica é mais prevalente nos chamados grupos de risco. No entanto, há também fatores genéticos que têm vindo a ser descobertos que poderão desencadear este tipo de resposta.

Catarina Roque, da agenda da redação de informação da TVI, foi a convidada desta quarta-feira, do espaço “Tive Covid-19”, onde falou sobre a forma como está a viver com a infeção. A jovem contou que acabou por ficar infetada através do namorado que, quando soube que estava infetado, já apresentavam sintomas da covid-19.

Os meus sintomas iniciais foram sintomas de uma constipação normal, com congestão nasal e, depois, acabei por ficar com muitas dores de cabeça, falta de paladar e de olfato”, contou.

Quando já estava a melhorar, começou a sentir fortes dores de garganta e acabou por não poder ter alta médica da covid-19. Ainda assim, acredita que as cadeias de contágio tenham ficado restritas a si e ao seu namorado.

Como estava em teletrabalho, acredito que a cadeia tenha sido interrompida”, esclareceu.

No espaço “Hora da Verdade”, uma parceria entre a TVI e o jornal Observador, o jornalista Pedro Raínho analisou uma fotografia partilhada nas redes sociais, onde aparece uma família de emigrantes e na qual estaria presente o cientista fundador de um dos laboratórios da BioNTech onde foi criada uma das vacinas contra a covid-19.

A fotografia viria a ser partilhada numa página da diáspora turca, país do qual o fundador do laboratório é originário, onde um dos familiares das pessoas presentes na fotografia revelaram que é, de facto, outra família na fotografia que não a do cientista. Portanto, na escala da hora da verdade, a publicação está errada.

Ao contrário de anos anteriores, nas últimas três semanas, não foi registado qualquer caso de gripe, segundo o Instituto Ricardo Jorge. Para já, a explicação pode estar no uso das máscaras e na higiene das mãos.

Bernardo Gomes, médico de Saúde Pública, considerou que a situação é “a melhor parte da história”, apelando para que, no futuro, continuemos a levar a cabo algumas das práticas que aplicamos durante este período da pandemia.

Há aqui uma aprendizagem coletiva na etiqueta respiratória que espero que siga para o futuro”, explicou.

Para diminuir o risco de contágio no Natal, a direção-geral de Saúde, deixou várias recomendações aos portugueses sobre a melhor forma de conviver em segurança nesta época de festas. Algo que para Bernardo Gomes “já devia ter acontecido” há mais tempo.

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